Saúde

Entenda como é a cirurgia de reconstrução mamária

Outubro é o mês em que as atenções se voltam à prevenção do câncer de mama

Entenda como é a cirurgia de reconstrução mamária

O Outubro Rosa marca o período em que as atenções se voltam à prevenção do câncer de mama, principalmente por meio do autoexame e da mamografia. “Muitas pacientes com prótese nos seios ficam com receio de fazer mamografia, mas não há problema algum. Alguns cuidados devem ser tomados no momento do exame para resultados mais precisos, evitando também danos à prótese”, explica o cirurgião plástico Mário Farinazzo, membro titular da SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica).

No caso da descoberta de um tumor, a cirurgia de retirada das mamas atualmente segue protocolos cirúrgicos menos invasivos e poupam mais a região operada, priorizando a estética e o tecido mamário, segundo pesquisa publicada por médicos do Hospital Sírio-Libanês no International Journal of Radiation Oncology. “Com os recursos da medicina moderna, grande parte dos tumores é curável desde que diagnosticados precocemente. Além disso, temos resultados muito bons após a mastectomia [cirurgia de retirada total dos seios]. A cirurgia plástica é uma forma de resgatar a autoestima dessas pacientes”, diz o médico.

No caso da mastectomia, o tipo de reconstrução é definido de acordo com o tipo de tumor e o biotipo da paciente. “A avaliação é feita por uma equipe multidisciplinar de mastologista, cirurgião plástico, oncologista e outros profissionais”, diz o médico.

Reconstrução da Mama

Esse procedimento pode ser realizado tanto no momento da retirada do tumor quanto anos após o tratamento inicial. A cirurgia plástica reparadora tem o objetivo de resgatar a autoestima das pacientes. “Após a mastectomia, as mulheres optam por realizar a reconstrução mamária por diversas razões. E, para muitas delas, a reconstrução mamária é uma excelente alternativa para sentirem-se melhor”, diz Mário.

O procedimento é realizado com o máximo de cuidado com o objetivo de restabelecer a forma e a aparência da mama feminina.

Para a reconstrução, tudo depende da quantidade de pele, gordura e glândula que precisou ser retirada na cirurgia. “Se diagnosticado precocemente, um tumor pequeno e com diagnóstico histológico favorável, é retirada uma pequena parte da mama. Nesses casos, a cirurgia plástica é mais simples e a paciente retorna à vida normal em cerca de uma semana”, acrescenta o médico.

Já em casos mais avançados, se foi possível preservar pele e músculo, a opção pode ser por uma prótese de silicone. “Se não há espaço suficiente, podemos colocar um expansor, que é uma prótese que será preenchida de soro, aos poucos, no consultório do cirurgião plástico para expandir gradualmente os tecidos e permitir a colocação de prótese de silicone com consistência e formato muito próximos ao de uma mama normal em outra cirurgia posteriormente”, conta.

Quando a retirada da pele também é necessária, tecidos de outras regiões podem ser utilizados. “As opções são várias e o cirurgião plástico sempre vai optar por aquela que traga o melhor resultado e que leve a uma recuperação mais rápida. Às vezes, é muito difícil se obter um resultado ideal em apenas um procedimento, normalmente são necessárias duas ou mais cirurgias”, argumenta o médico.

De acordo com o médico, é importante discutir com a paciente as expectativas em relação às novas mamas. “Por mais que as próteses de silicone tenham evoluído e confiram aspecto o mais natural possível, sempre serão mais consistentes que a mama original. Além disso, muitas vezes não é possível preservar a sensibilidade da mama”, alerta.

Os riscos são os de qualquer outra cirurgia e, para evitá-los, é necessário um pré-operatório rigoroso e seguir à risca as orientações após a cirurgia.

O médico lembra que o diagnóstico de câncer sempre assusta, mas o diagnóstico precoce ajuda muito o tratamento e as reconstruções. “Visite regularmente o ginecologista e realize regularmente a mamografia de acordo com a orientação do seu médico”.

Prevenção do câncer de mamas

O médico Mário Farinazzo diz que algumas medidas podem ajudar a prevenir o câncer de mamas, baseado em importantes estudos científicos:

– Dieta balanceada: rica em frutas e vegetais e com pouca gordura;

– Evitar sobrepeso: obesidade está relacionada ao aumento do risco de vários canceres, incluindo o de mamas;

– Atividades físicas regulares: uma hora três dias por semana;

– Quando amamentar, fazê-lo pelo maior número de meses possível;

– Evitar ingestão alcoólica excessiva.

Fonte: www.mariofarinazzo.com.br

Perguntas e respostas sobre a reconstrução mamária

Graças às técnicas da cirurgia plástica reparadora, atualmente é possível reconstruir as mamas após uma mastectomia com bons resultados estéticos. Segundo o cirurgião plástico Luiz Philipe Molina Vana, membro titular da SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica) e doutor em Cirurgia pela USP (Universidade de São Paulo), as técnicas da reconstrução mamária evoluíram bastante. “Um dos avanços importantes foi a criação de uma matriz dérmica, uma espécie de rede, que proporciona melhor sustentação para o implante, contribui na redução da contratura capsular, como também em um posicionamento mais adequado das mamas”.

Vana responde a algumas das dúvidas mais comuns das mulheres que precisam passar pelo procedimento.

A reconstrução mamária é coberta por planos de saúde ou pelo SUS?

Sim. A reconstrução mamária é uma cirurgia plástica reparadora para corrigir danos ou mutilações decorrentes do tratamento do câncer. Portanto, é um direito assegurado tanto para as usuárias de planos de saúde, como para mulheres que são atendidas pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

A cirurgia para reconstruir as mamas deve ser feita em qual momento?

A reconstrução das mamas pode ser feita com a mastectomia ou em um segundo momento. Muitas mulheres podem optar por fazer tudo de uma vez, enquanto outras podem decidir terminar o tratamento para depois tomarem a decisão. Entretanto, vale ressaltar que a reconstrução imediata pode ter contraindicações, principalmente quando o estado clínico da paciente é considerado inadequado. Então, é uma decisão que envolve a relação médico paciente e outros fatores.

Como é feita a reconstrução dos mamilos?

Quando a reconstrução mamária é feita com a mastectomia, é possível preservar as aréolas e os mamilos, desde que essas áreas não estejam afetadas pelo câncer ou se o tumor não estiver próximo.

Quando há proximidade, o cirurgião oncológico precisa remover essas estruturas das mamas para dar maior segurança ao procedimento. Para as mulheres que passam pela retirada total, a reconstrução das aréolas e dos mamilos é feita em um segundo momento, após a cicatrização completa da primeira cirurgia.

É necessário aguardar para avaliar a posição das mamas e chegar a um melhor resultado. Normalmente, a aréola é reconstruída com a pele de outros locais, como a virilha ou é realizada uma tatuagem. Já a papila mamária (bico do seio) é reconstruída com tecidos locais.

É possível reconstruir apenas uma mama?

Quando o câncer atinge apenas uma mama e é necessário fazer a mastectomia, é possível reconstruir apenas a mama afetada. O cirurgião plástico irá buscar um resultado que leve em consideração o tamanho, o aspecto e a posição para chegar a uma aparência o mais semelhante possível. Vale lembrar que há a opção de realizar uma cirurgia plástica no outro seio para um melhor resultado estético.

A mulher pode amamentar depois da reconstrução?

Infelizmente, a amamentação após a mastectomia radical não é possível, já que a cirurgia retira todo o tecido mamário, incluindo as estruturas necessárias para a amamentação. Porém, mulheres que retiram apenas uma mama, tendo a outra preservada, podem conseguir amamentar com o seio saudável.

A reconstrução deixa cicatrizes?

Tanto a mastectomia, quanto a reconstrução, deixarão cicatrizes visíveis. Além disso, se houver retirada de pele de outros locais do corpo, também haverá cicatrizes nesses locais. Apesar disso, o mais importante é que a reconstrução das mamas tem um papel crucial na recuperação da autoestima da mulher, assim como contribui para melhorar sua qualidade de vida e pode ajudar a lidar de maneira mais positiva com o tratamento.