Cotidiano

Energia elétrica: Copel e POD farão plano para acabar com apagões

A proposta deverá apontar a necessidade energética de produtores rurais, cooperativas e agroindústrias para os próximos cinco anos, a partir de levantamento nos 54 municípios da regiã

Energia elétrica: Copel e POD farão plano para acabar com apagões

Cascavel – Um dos grandes problemas no campo, causador de grandes prejuízos e limitador de expansão de produção, os constantes apagões foram tema de reunião entre a Copel e o POD (Programa Oeste em Desenvolvimento) no Show Rural, em Cascavel.

Após apresentarem os problemas, ficou definido que ambos irão elaborar um plano de suficiência, qualidade e segurança da energia elétrica ofertada ao setor agropecuário da região. O encontro contou com a presença do presidente da Copel, Daniel Pimentel Slaviero.

A proposta deverá apontar a necessidade energética de produtores rurais, cooperativas e agroindústrias para os próximos cinco anos, a partir de levantamento nos 54 municípios da região. Esse plano será elaborado por meio da Câmara Técnica de Energia Elétrica do POD, em conjunto com cooperativas, grandes empresas e sindicatos.

O estudo indicará soluções para problemas relacionados ao suprimento de energia elétrica, um dos principais insumos da atividade agropecuária.

Oscilações e interrupções no fornecimento têm causado prejuízos ao setor produtivo, especialmente à produção de suínos, aves, peixes e laticínios. “Vamos pegar o plano de desenvolvimento da região oeste e sua necessidade energética para os próximos cinco anos e cruzá-lo com o nosso programa de investimentos”, explicou Slaviero. “A Copel faz isso pensando em um crescimento do Paraná em 20 anos. Mas nós vamos focar em um projeto-piloto para cinco anos e na região oeste”.

Para o presidente da estatal, os problemas de fornecimento decorrem principalmente do crescimento da região e da modernização da agroindústria. “O oeste cresceu acima da média do Estado. Reconhecemos que há espaço para melhorar e pretendemos resolver esse problema de forma estrutural”, acentuou.

Mais qualidade

Presidente do POD, Danilo Vendruscolo explicou que o plano energético a ser apresentado à Copel e ao governo do Paraná abordará quesitos como distribuição trifásica, qualidade da energia elétrica, rede, microgeração, entre outros pontos. Ele informou que, no próximo dia 18 de fevereiro, será realizada uma reunião de alinhamento e planejamento em Curitiba.

“Quando falamos em qualidade da energia elétrica, nos referimos a quedas e oscilações. Hoje, o produtor sente esse problema”, sublinhou o presidente do Programa Oeste em Desenvolvimento. “Interrupções elétricas suspendem o processo de uma indústria e, quando excedem 20 minutos, comprometem um lote de frango ou um tanque de peixe”.

Além da demanda enérgica dos municípios e da região oeste como um todo até 2025, o levantamento coordenado pelo POD irá identificar pontos de necessidade da rede trifásica: “Nem todas as propriedades rurais demandam energia trifásica. Vamos mapear os setores que têm essa necessidade e informar no plano”, finalizou Vendruscolo.

Modernização da rede elétrica rural

A Copel vai iniciar o Paraná Trifásico, o maior programa de eletrificação rural do Brasil, que prevê seis anos de investimentos na rede elétrica rural de todo o Paraná. Serão 25 mil quilômetros de redes trifásicas e investimentos da ordem de R$ 2,1 bilhões.

O início das ações foram confirmadas pelo presidente da Copel, Daniel Slaviero, e pelo superintendente de Projetos Especiais, Júlio Omori, no Show Rural, em reuniões com empresários e produtores do oeste e do sudoeste paranaense. “O Paraná Trifásico é o maior programa de eletrificação rural desde a década de 80 e vai revolucionar a qualidade da energia no campo”, explicou Slavieiro.

Neste primeiro ano do programa, nas duas regiões, a Copel vai construir 890 quilômetros de linhas trifaseadas na área rural, num investimento de R$ 75 milhões, com foco principal em cadeias produtivas mais sensíveis: produtores de leite, aves, suínos, peixes, fumo e poços artesianos.

O projeto

Na prática, a espinha dorsal da rede de distribuição será “trifaseada”, substituindo a tecnologia monofásica hoje existente no campo. Os novos cabos serão todos protegidos, com nível de resistência reforçado quando atingidos por galhos de árvores ou outros objetos.

As novas redes de distribuição também conferem redundância ao fornecimento de energia, pois, com o trifaseamento, haverá interligação entre elas. Dessa forma, se acabar a energia em uma ponta, a outra assume e, em caso de desligamentos, o restabelecimento da energia será mais rápido.

As redes trifásicas também vão permitir que tecnologias avançadas sejam instaladas e integradas ao restante das redes da Copel. Um exemplo é a automação que a Copel vem implantando em todo o Estado, como os religadores automáticos.

Investimento

Desde 2019, a Copel está realizando o maior investimento da sua história na área de distribuição de energia. Ano passado foram R$ 835 milhões nas redes de distribuição de energia em todo o Paraná. Em 2020 este valor subiu para R$ 1,073 bilhão.

Só no oeste e no sudoeste, esse orçamento prevê a entrada em operação de cinco novas subestações, 470 quilômetros de linhas de distribuição de alta-tensão e cerca de 700 novos religadores, chaves, reguladores de tensão e transformadores de potência.