Opinião

Editorial: Sem lei, sem decreto!

 

O uso de máscaras continua obrigatório no Paraná, é lei! Mas, a Secretaria de Estado da Saúde decidiu não reeditar o decreto estadual impondo restrições sanitárias. “A decisão é baseada em diversos indicadores positivos que apontam para um cenário estável no Paraná: com relação a duas semanas atrás, há uma queda de 54,6% nos casos diagnosticados e de 52,5% nos óbitos registrados. Com a suspensão das restrições estaduais, passam a valer apenas as decisões municipais, estabelecidas por cada prefeitura”. Cascavel ainda avalia o quadro, situação igual em outros municípios.

No quadro nacional, segundo o que foi divulgado ontem (16), pelo Ministério da Saúde, desde o início da pandemia, 611.478 pessoas perderam a vida para a Covid-19 no Brasil. Nas últimas 24 horas, autoridades de saúde tinham registrado 132 novas mortes. No Paraná foram 16 novos óbitos e em Cascavel, o boletim de terça-feira era “zero” – sem dúvida, uma redução que precisa ser comemorada, porém, não é hora de negligenciar e retomar tudo como antes!

O boletim nacional trouxe que ainda havia 2.893 óbitos em investigação – situação que ocorre porque, para saber se o paciente morreu de Covid-19, são necessários exames e procedimentos posteriores. A quantidade de pessoas que contraíram a doença no país, desde o início do surto sanitário, chegou a 21.965.684. Entre segunda (feriado) e terça-feira, secretarias de Saúde confirmaram 4.918 novos diagnósticos positivos.

Todos os números e a realidade trágica da pandemia não podem ser ignorados em nomes de “retomadas” e “festas” (fim de ano, carnaval…). Uso de máscaras, higienização constantes e evitar aglomerações desnecessárias e inconsequentes são ações e decisões complementares vitais para que o sucesso tributado à vacinação seja ampliado e consolidado de fato.

Há muitos movimentos propondo a decretação do “fim da pandemia”, como se isso fosse apenas uma questão ‘documental’ e não sanitária. Da mesma forma que não se estabelece conscientização através de leis e decretos, o fim da pandemia e o “controle” do coronavírus não acontecerão com uma “assinatura”.

O mundo social e econômico precisa voltar a “girar”, porém, a vida continua sendo o nosso maior patrimônio. As 611.478 mortes por Covid-19 – apenas no Brasil – não podem ser ignoradas, nem citadas apenas nos ataques políticos contra “A” ou “B”. Festas e lucros podem esperar, a vida não!