Opinião

EDITORIAL:  (Quase) Todos contra o fumo

Nos anos 60 e 70, fumar era bonito, sexy, chique. As grandes marcas faziam propagandas que viravam notícia, pareciam mais coisa de cinema. E por falar em cinema… foi a telona que trouxe glamour ao hábito. Era praticamente irresistível não fumar. Fora de moda!

Os anos passaram e as consequências do cigarro ficaram cada vez mais evidentes. Tanto que os próprios governos precisaram lançar campanhas para que as pessoas parassem de fumar. O custo para o sistema de saúde ficou muito alto, embora poucos (ou quase ninguém) quis abrir mão da arrecadação dessa indústria multitrilionária.

Há alguns anos, fumar passou a ser “feio” e os fumantes começaram a ser banidos dos ambientes. As cidades e os estados criaram leis antifumo e proibiram fumar em locais fechados. Na época, diziam que não daria certo. Hoje, virou comum você sair de restaurantes e casas noturnas sem se sentir defumado.

Mas o hábito glamouroso hoje se chama vício e ainda atormenta a vida de milhões de pessoas. Inclusive, tira a vida de muitas delas.

Há cerca de 20 milhões de fumantes no Brasil, o que faz do País o 34ª no ranking da OMS (Organização Mundial da Saúde). E, com tanta informação sobre os danos causados pelo fumo, por que tanta gente insiste no cigarro?
Elas simplesmente não querem parar de fumar.

Para se ter uma ideia, na China, sete de cada dez entrevistados não consideram os tabagistas um risco à sociedade. O país é o maior produtor e consumidor de tabaco do mundo, com mais de 300 milhões de fumantes – cerca de um terço do total de fumantes do planeta, segundo a OMS.

Houve muitos avanços desde os tempos em que Clark Gable e seu cigarro derretia as fãs nas telas em preto e branco, mas o cigarro está longe de sair de cena.