Opinião

EDITORIAL: O risco da desigualdade social

Fruto da crise econômica ou da má gestão pública, o desenvolvimento humano do Brasil estagnou. Em termos numéricos, conforme revela o IDH, variou apenas 0,001 ponto em 2017 na comparação ao ano anterior. Mas muito além de um IDH de 0,759, que perde inclusive para a Venezuela, a preocupação maior deve ser com a dificuldade que o País tem em resolver o problema da desigualdade social.

Nesse caso, o IDH brasileiro é de 0,578, deixando o País na desconfortável posição de ser o nono pior coeficiente de Gini – que mede exclusivamente a renda – na comparação mundial. Aqui, na América do Sul, o País só fica atrás de Paraguai e Bolívia.

E por que isso é tão grave. Porque enquanto o País não se preocupar em caminhar para tentar reduzir o vácuo entre os extremos, ele tende a continuar aumentando.

E não se vê absolutamente nada sendo feito para que isso seja revertido. Desigualdade de gênero e ainda a segregação por cor da pele continuam presentes (e cada vez mais acentuados) no nosso dia a dia.

Talvez quando a pessoa não é afetada ela não tenha essa percepção tão aguçada do problema que é isso. Mas esquece que sua filha pode ser prejudicada por salários inferiores ao que deveria e merecia estar recebendo, que seu cunhado ou genro é excluído por causa da pele, e que seus netos vão sentir o peso dessa desigualdade.

Qualquer política pública feita no sentido de combater a desigualdade social e econômica terá consequências positivas na vida de todos. Esse é um tipo de ação que só tem bons resultados e que vão impactar diretamente no índice de desenvolvimento de todos os brasileiros, seja homem ou mulher, branco ou preto.