Opinião

EDITORIAL: Guerra comercial

Enquanto muitos adeptos à teoria da conspiração previam a 3ª Guerra Mundial ou uma guerra tecnológica a partir da internet ou ainda uma batalha biológica com armas feitas a partir de vírus letais, o mundo se vê agora diante de um fato inesperado: uma guerra comercial entre os dois maiores compradores/vendedores do mundo, que pode ter consequências ainda inimagináveis.

Sob a liderança de um brasileiro, a OMC (Organização Mundial do Comércio) tem tentado alertar a todos sobre o perigo iminente da queda de braço entre Estados Unidos e China e Roberto Azevêdo tenta dimensionar o que está por vir. Segundo ele, “os primeiros tiros já foram dados, e não foram poucos".

Mas tem mais. Azevêdo diz que a situação é “muito preocupante” e que a guerra deve ir além das tarifas comerciais, e atingir várias outras áreas, sem se arriscar a nominá-las.

Embora num primeiro momento o Brasil possa se beneficiar dessa disputa, considerando que boa parte dos produtos em pauta também são vendidos daqui, em pouco tempo o prejuízo será mundial, estima a OMC.

Esquecida por muito tempo, a OMC ganha um papel relevante neste momento, embora sua atuação esteja sendo ameaçada pelo próprio Estados Unidos do polêmico Donald Trump. As ações da OMC podem ser decisivas para um acordo antes que o pior aconteça e precisa da participação dos juízes americanos para conseguir consenso nas questões.

Uma grande guerra mundial pode estar muito mais perto do que pensamos, e, ao contrário das armas químicas da Coreia ou do Irã, e até das constantes ameaças russas, ela pode se dar numa área ainda mais cruel: a falta de comida enviada de uma nação para outra.