Esportes

Dia do Atleta Paralímpico: Paratletas cascavelenses comemoram conquistas dentro e fora das quadras

Alunos da Unopar Cascavel, José Felipe Pavan Oliveira, de 26 anos, e Felipe Bento da Silva, 27, são exemplos de conquistas dentro e fora das quadras.

Cascavel – Neste fim de semana duas datas importantes serão celebradas em todo o País, alusivas àqueles que buscam superação e inclusão até mesmo nas situações mais corriqueiras do dia a dia: o Dia Nacional da Luta das Pessoas com Deficiência, amanhã (21), e o Dia Nacional do Atleta Paralímpico, no domingo (22).

Alunos da Unopar Cascavel, José Felipe Pavan Oliveira, de 26 anos, e Felipe Bento da Silva, 27, são exemplos de conquistas dentro e fora das quadras.

José Felipe faz o curso EAD de processos gerenciais tecnólogo, cursa engenharia e ainda é atleta, cuja atuação rendeu recentemente uma medalha de prata nas Paralimpíadas Universitárias, representando a equipe de basquete da Unopar Cascavel. Antes de se acidentar de moto, há seis anos e enfrentar uma amputação de coxa, ele nem cogitava fazer uma faculdade por conta de suas condições financeiras. Inusitadamente, o trauma e a superação abriram-lhe um novo caminho que o esporte adaptado apresentou.

“Quando esse tipo de coisa acontece é um choque. Muda completamente nossa vida. A gente passa um tempo em depressão, buscando aceitar. Quando percebi que isso ia me atrasar, mudei a chave. Minha primeira atitude foi entrar para uma academia, onde conheci a associação de paratletas de Cascavel. Uma coisa puxou a outra e, graças ao esporte, hoje tenho bolsas que me permitem trilhar uma profissão”, relata.

Mudança brusca

Já Felipe, recém-formado em Pedagogia, teve uma visão perfeita até os 21 anos. Porém uma inflamação no nervo ótico lhe fez perder um dos principais sentidos do corpo num intervalo de apenas três meses. Na época ele já havia concluído o Ensino Médio e trabalhava com próteses dentárias, sem planos de cursar uma graduação. “O contato com a associação de deficientes físicos me despertou o interesse pela área de educação. É uma profissão cuja deficiência visual não limita seu exercício. Encontrei na faculdade outros alunos cegos e fiz também grandes amizades. Nunca passei por limitações que me impedissem de prosseguir com os estudos”, relembra Felipe, que é o primeiro de sua família a ter um curso superior.

Sempre em busca da superação

Para a coordenadora do setor de paradesporto da Secretaria de Cultura e Esporte de Cascavel, Pollyana Bastos, que também é treinadora de algumas equipes da cidade, as pessoas com algum tipo de deficiências estão sempre em busca de superação, o que as faz geralmente ter sucesso no esporte. “Eles vivem em busca de superação. É assim no dia a dia, desde a mobilidade e se deslocar em espaços públicos e particulares, como calçadas e restaurantes. A dificuldade não está só nas competições, está também nas mais corriqueiras tarefas, como escovar os dentes, por exemplo. Eles precisam se superar em qualquer atividade. Por isso, chegam ao esporte determinados e com garra para buscar nova superação”, explica.