Cotidiano

Cruzamento perigoso: acidentes viram rotina

Em quatro dias, duas colisões resultaram em tombamento

Foto: Fábio Donegá
Foto: Fábio Donegá

“Estamos habituados”, é o que dizem comerciantes instalados na Rua Carlos de Carvalho sobre os acidentes que acontecem especialmente no cruzamento da Rua Santa Catarina. Em quatro dias, duas colisões resultaram em tombamento.

A preocupação maior é com a escola que há naquele local.

O vendedor Eduardo Ribeiro trabalha em uma loja de roupas na Rua Carlos de Carvalho há dois anos e não consegue esquecer um acidente específico: “Um carro estava estacionado na frente da loja. Outro carro subiu a rua e atingiu a traseira do que estava estacionado, empurrando-o até uma árvore que ficava em frente à loja”. Foi a árvore que “salvou” o estabelecimento, porque do contrário ele teria invadido a loja.

Para ele, a solução é instalar um semáforo no cruzamento. “[Só] A sinalização [de pare] não é respeitada”.

A vendedora Giovana da Silveira Penna trabalha em uma ótica há dois meses, mas já perdeu as contas de quantos acidentes assistiu. “Eu conheço o cruzamento, então cuido ao atravessar, mas há muitas pessoas que vêm às clínicas e não sabem o quanto esse cruzamento é perigoso”.

Para piorar, Giovana diz que a sinalização vertical é falha: “A placa de Pare estava virada na sexta-feira, e isso contribuiu para outro acidente”.

Ponto cego

Além do intenso movimento no local, um dos problemas é o chamado ponto cego. É que dos dois lados da Rua Carlos de Carvalho é possível estacionar, o que dificulta a visão de quem segue pela Rua Santa Catarina e quer atravessá-la ou apenas entrar nela.

O advogado Mayko Wietzikoski evita estacionar perto do cruzamento. “Eu tento deixar o carro o mais longe possível, porque às vezes até quem está parado é atingido”.

Sinalização horizontal

A zeladora Fabiana Ramos de Oliveira trabalha na escola perto do cruzamento. Para ela, além de um semáforo, falta sinalização horizontal no local. “Aqui não tem sinalização indicando a escola, nos horários de saída e entrada os pais ficam apreensivos, porque o fluxo de carros aumenta demais”.

Ela trabalha há um ano e meio na escola e conta que pelo menos a cada 15 dias há algum acidente.

O que diz a Cettrans

Em nota, a Cettrans (Companhia de Engenharia de Transporte e Trânsito) respondeu que a princípio não há previsão de instalação de semáforo no cruzamento e que o que pode ser realizado de imediato é a revitalização da sinalização horizontal no cruzamento, bem como a de área escolar, assim como ações educativas para coibir o excesso de velocidade no local.