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Com prateleiras cheias, comércio espera Natal “pé no chão” em 2019

Para os lojistas, é hora de planejar os estoques

Cascavel – Ainda falta quase meio ano para as datas mais importantes ao comércio chegarem: a Black Friday, na última sexta-feira de novembro, e o Natal, em dezembro. Mas, para os lojistas, é hora de planejar os estoques, estimar vendas e definir estratégias para atrair clientes, principalmente aqueles que pagam em dia.

Ocorre que, após o melhor Natal dos últimos sete anos, o Papai Noel versão 2019 deve ser mais modesto. A leitura que se faz por enquanto, segundo o presidente do Sindilojas (Sindicato dos Lojistas e do Comercio Varejista de Cascavel e região Oeste do Paraná), Leopoldo Furlan, é de um fim de ano “pé no chão”, tanto do lado do comerciante quanto do consumidor. Condição que só muda se houver uma grande reviravolta na economia, condição até ansiada, mas que por enquanto não faz parte das planilhas de gastos e investimentos.

Segundo Furlan, ainda tem muita gente enroscada com as aquisições do fim do ano passado que resultaram em um aumento da inadimplência, do endividamento e, por consequência, da inclusão no SPC (Serviço de Proteção ao Crédito). Agora a conta está chegando também para o lojista. “Já se registra um número bem expressivo de lojistas na região que está com dificuldades de honrar seus compromissos. O consumidor então, nem se fala. Existe a perspectiva de se liberar o dinheiro do FGTS caso a reforma da Previdência seja aprovada, dinheiro que representaria um fôlego para economia com reflexos lá nas vendas de fim de ano, mas também é necessário ter esse dinheiro para liberar. Estamos todos na expectativa”.

Para Furlan, se as vendas do fim do ano passado forem mantidas em 2019 – desde que haja queda no endividamento -, já há muito a se comemorar. “Acho um pouco difícil termos crescimento, mais difícil ainda será a geração de novos empregos no comércio, mas está na hora de o lojista comprar os novos estoques, então precisa se planejar para os próximos seis meses”, explica.

O problema, segundo ele, é que o comerciante começa a comprar a coleção de verão, mas a de inverno está parada nas lojas. “O frio não chegou e a economia que não reage como se espera. Tudo isso tem feito com que as vendas não decolem”.

A aposta deve ser, mais uma vez, nas promoções para atrair consumidores. Nas próximas semanas as associações comerciais de toda a região começam a divulgar as estratégias de vendas para o Natal, com os já tradicionais sorteios. “O que a gente não sabe ainda é se serão campanhas mais ousadas ou mais modestas. A verdade é que a economia está parada e em alguns segmentos a situação é de muita cautela”, completou Leopoldo Furlan.

Ainda segundo o presidente do Sindilojas, as próximas datas comemorativas devem servir de termômetro para o fim de ano: “Vamos observar as datas festivas daqui para frente [Dia dos Namorados (12/6); Dia dos Pais (11/08) e o Dia das Crianças (12/10)]. Elas serão o indicativo de como as vendas de fim de ano vão se desenhar na nossa região. Por enquanto, a regra é uma só: pé no freio”.


Confiança do empresário cresce 15,6% em um ano, mas cai no comparativo mensal

A confiança do empresário do comércio cresceu 15,6% em relação ao ano passado e o Icec (Índice de Confiança do Empresário do Comércio) ficou em 128,6 pontos em maio. Contudo, o mesmo índice apresentou, comparado a abril, retração de 1,8%. Apesar disso, foi o melhor mês de maio desde 2012 considerando que o acirramento da crise ocorreu em 2015.

O Icec é elaborado pela Confederação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo e divulgado pela Fecomércio PR (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná).

Os dados nacionais ficaram em 122,4 pontos, com baixa de 0,8% na comparação com o mês anterior e avanço de 7,6% ante maio de 2018.

O Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio – em que o empresário entrevistado avalia as condições referentes à economia ao comércio em geral e das empresas comerciais – ficou 25,4% acima do registrado em maio do ano passado, ainda que a variação mensal tenha tido queda de 4,3%.

O Índice de Expectativas do Empresário do Comércio, que mede a expectativa com relação à economia brasileira, comércio e empresas, ficou 0,9% menor em maio, mas se manteve 11,3% superior na comparação com maio de 2018, considerando, por exemplo, que este já era um período pré-eleitoral ano passado. Esse indicador mede a segurança dos empresários na economia do País e reage de forma mais sensível ao contexto macroeconômico e político.

Por fim, o Índice de Investimento, em que o empresariado projeta o nível de contratação de funcionários, investimentos e situação atual dos estoques, apresentou baixa de 0,8% na variação mensal, mas teve elevação de 13,5% sobre o ano anterior.

Reportagem: Juliet Manfrin