Política

Coluna Esplanada do dia 19 de setembro de 2018

Por que Haddad cresce?

Não se limita à transferência espontânea de votos de Lula da Silva para Fernando Haddad o súbito crescimento do petista nas pesquisas para presidente. A agenda de campanha diferenciada, pautada por Lula, ajuda muito. São segmentos e setores em que os adversários ainda não mostraram as caras para valer. Duas delas explicam. Manuela D’Ávila, a vice de Haddad, soltou vídeo de apoio às demandas LGBT e questões de direitos humanos. Haddad conversou com pescadores em Itajaí. Santa Catarina é o maior estado pesqueiro do Brasil e um discurso via rádio alcança os pesqueiros em boa parte da costa do País. Atinge o público de Lula, que precisa apresentar Haddad.

Então…

… não é só o poder de Lula, direto da cadeia. É que nenhum presidenciável falou ainda diretamente a esses grupos que trazem votos. Além da transferência de votos, claro.

Nas ondas

O efeito do rádio é imediato nas classes B e C – o eleitor de Lula e do PT, e agora de Haddad. Lula sabe disso, por isso manteve um programa diário quando presidente.

Demagogia

Aliás, Haddad precisa se decidir. Antes, dizia “Eleição sem Lula é fraude”. Agora candidato em ascensão, com Lula fora: “Contestar resultado é sabotar o País”.

Vai ter guerra?

Após pagar mico internacional – investiga-se, agora, quantas vezes essa turma baixou aqui sem ser amolada -, o governo da Guiné Equatorial enviou comunicado ao Brasil exigindo a devolução dos bens apreendidos do ditador-mirim, Teodoro Obiang Mangue. Isso, exigindo! São US$ 1,5 milhão em dinheiro e US$ 15 milhões em joias e relógios.

É missão

A Receita Federal e a Polícia Federal já comunicaram ao Itamaraty que a comitiva não era oficial e o delegado tinha direito de revistar as malas. Lei é lei.

Amiga do ditador

Quem gosta muito dos Teodoro, pai e filho, é a ex-presidente Dilma Rousseff, hoje candidata ao Senado por Minas Gerais. No Palácio, ela perdoou R$ 27 milhões de dívida antiga da Guiné Equatorial com o Brasil (o filho do ditador, o mesmo que foi retido em Viracopos, gastou o dobro disso numa noitada em Paris há anos).

Compadrio

A Polícia Federal pediu a prisão, a Procuradoria-Geral da República concordou, mas ministro Edson Fachin (STF) não autorizou a prisão do advogado Tiago Cedraz, filho do ministro Aroldo Cedraz (TCU), na operação Registro Espúrio. Um sócio de Tiago, sem pai ministro, não teve sorte e foi para a cela.

Lembrete

O TRE de Minas, por 4 votos a 3, avalizou a candidatura de Dilma ao Senado. Concordou, assim, com o acordão jaboticaba no Senado em 2016, capitaneado pelo senador aliado Renan Calheiros (MDB) e pelo então presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, egresso da escola da esquerda da USP.

Lembrete 2

Ao sofrer impeachment, Dilma foi cassada, mas manteve direitos políticos, atropelando a Constituição. Fernando Collor, nos anos 90, não teve a mesma sorte: ficou oito anos inelegível. Dilma lidera as pesquisas em Minas.

Robôs eleitorais

O Ministério Público Eleitoral acionou a PF e TREs para apurar o uso de robôs em campanhas políticas no Facebook. O MP recebeu, nos últimos dias, dezenas de denúncias de que robôs são usados para atacar candidatos a partir de perfis espalhados por diversos estados e outros países.

Muitos sonhos

Até o dia 12 de outubro, a Americanas.com promove a campanha “Um Brinquedo = Muitos Sorrisos”, de doação de brinquedos em parceria com a ONG Sonhar Acordado. A cada venda, R$ 1 será convertido para o fundo da doação. A empresa espera doar 3 mil brinquedos.