Política

Coluna Esplanada do dia 02 de outubro de 2019

Cerco ao Conselho

Não é fácil a vida de quem combate o crime de corrupção no Brasil. O resultado das investigações é seguido de uma perseguição de mandatários suspeitos, que usam sua força política para constranger ou contra-atacar. Integrantes do Conselho Nacional do Ministério Público, que analisam denúncias da conduta do procurador do MPF Deltan Dalagnol, da força-tarefa da Operação Lava Jato, estão com ouvidos quentes. Foram alvos de vários telefonemas nas últimas semanas. Dois senadores (do MDB e PDT) e um ministro do Supremo Tribunal Federal fazem pressão para que eles sejam severos nas análises das denúncias. Uma clara conotação de revanchismo, na opinião de quem conhece os bastidores no CNMP.

Ligações

Vale lembrar que os conselheiros do CNMP são aprovados, ou não, pelo Senado Federal. Há muitos apadrinhados no plenário que julga os casos.

Efeito Janot

Quatro policiais legislativos armados guardam as duas portas (dois em cada) dos elevadores da Chapelaria que dão acesso aos plenários da Câmara e do Senado.

Cheiro no cangote

Há uma falácia na versão de Lula da Silva de recusar a liberdade de dia. Advogados sabem que, no regime semiaberto, ele não tem garantia de que dormirá na salinha da PF. E sim em cadeia comum.

Capitalização

A mudança de calendário na votação da reforma da Previdência, a incerteza em torno da indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para a embaixada do Brasil em Washington e a operação que teve como alvo o líder do Governo, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), devem atrasar ainda mais o envio ao Congresso do projeto para a capitalização da Eletrobras.

Cofre iluminado

A proposta seria enviada ao Congresso em junho. A intenção do Palácio, conforme estudos feitos pela equipe econômica, da Advocacia-Geral da União e do Ministério de Minas e Energia é arrecadar R$ 18 bilhões com a emissão de novas ações da companhia. Pelo atraso, o projeto só deve ser analisado pelo Congresso em 2020.

Linha dura

O novo PGR, Augusto Aras, nomeou procuradores “linha dura” para chefiar procuradorias regionais e eleitorais do MP. Entre eles, Ronaldo Meira Albo, que vai chefiar a Procuradoria na 1ª Região. Ele foi o autor de denúncia que levou à condenação de Leonardo Bandarra e Déborah Guerner, promotores do MP do DF, acusados de atrapalhar a Operação Caixa de Pandora –  deflagrada pela Polícia Federal em 2009.

Correria

Há um corre-corre dos grandes do setor imobiliário nas capitais à lista dos imóveis da União que serão vendidos. O que se fala na praça é que sairão a preço de banana.

Alerta federal

O presidente do Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (Confies), Fernando Peregrino, alertou o Ministério da Educação sobre o risco de incluir as OS (Organizações Sociais) no cobiçado projeto Future-se. As OS podem ameaçar a autonomia das universidades.

***Notório desastre

As OS, como notório no Rio de Janeiro – para citar um caso – são um desastre na administração, por exemplo, de hospitais públicos. O Confies reúne mais de 170 entidades do setor de ensino universitário e afins. O ministro Abraham Weintraub prometeu incluir essas fundações de apoio no programa federal.

Pedala, Suframa!

O Conselho de Administração da Superintendência da Zona Franca de Manaus aprovou 26 projetos que devem gerar, nos três primeiros anos de operação, investimentos de US$ 134 milhões. Entre eles está a da Caloi Norte S/A, com US$ 36 milhões e geração de 147 novos empregos para produção de bicicletas com e sem câmbio.

***Mercado feminino

Pesquisa realizada pela Workana, plataforma de trabalho freelance, mostra que 65% das mulheres já foram questionadas em entrevistas de emprego se tinham filhos. Em negociação para freelance, esse número cai para 30%.