Política

Coluna Contraponto do dia 03 de outubro de 2018

Acordo branco pode eleger Beto?

Embora tenha despencado em todas as pesquisas e “embolado” com outros adversários, o ex-governador Beto Richa ainda acredita que será eleito senador, sobretudo como segundo voto de quem já tiver escolhido Oriovisto Guimarães como primeiro voto e ainda indeciso em relação ao segundo. A esperança de Beto se fundamenta num acordo branco – que nenhum dos lados confirma, evidentemente – com a campanha do candidato a governador Ratinho Jr. (PSD). Por ter lançado chapa com apenas um candidato ao Senado, ficando a segunda vaga disponível para o eleitor escolher quem quiser. Fazendo-se a exclusão de opções impensáveis, Beto seria o candidato “do grupo”. Apesar de estar inscrito na coligação adversária de Cida Borghetti, Richa contaria com a boa vontade de grande parte da máquina de guerra montada por Ratinho Jr. As fontes asseguram que há discreto trabalho por parte da coligação do PSD para induzir o segundo voto em Richa.

Abi: volta ou não?

Na semana passada, quando recebeu a notícia de que havia uma segunda ordem de prisão contra ele, o primo-distante Luiz Abi mandou mensagem urgente aos seus advogados para que apelassem ao ministro Gilmar Mendes e conseguissem dele habeas corpus igual ao que concedera a Beto Richa e a outros 14 suspeitos citados na Operação Radiopatrulha. Os advogados seguiram a ordem, mas Gilmar fez silêncio.

Quando volta

O recado de Abi veio de longe, lá de Beirute, Líbano, para onde viajou às pressas assim que foi solto dia 14 de setembro após cumprir quatro dias de temporária. Na mesma mensagem, ele avisava que sua viagem para visitar parentes e matar saudades do Oriente Médio seria rápida, voltaria dia 6 de outubro.

Será?

Há uma bolsa de apostas correndo em vários meios sobre se o primo voltará mesmo na data prometida. A maior parte dos apostadores carrega suas fichas na opção número dois: Luiz Abi continuará em Beirute por tempo indeterminado. Cidadão libanês e com talões de cheque de bancos locais, não vê razões urgentes para retornar tão cedo.

Dodge cobra Gilmar

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviou novo ofício ao ministro Gilmar Mendes, do STF, para que ele decida o quanto antes sobre o recurso que ela apresentou contra a decisão dele de soltar da prisão o ex-governador Beto Richa, no dia 14 do mês passado. Passadas mais de três semanas, Gilmar não se pronunciou.

Moro avisa Lula…

A defesa do Lula requereu no fim de semana passado ao juiz Sergio Moro o adiamento de todos os procedimentos relativos a processos que tramitam na 13ª Vara Criminal de Curitiba até que a ONU se manifeste definitivamente sobre eventual desrespeito pelo Brasil dos direitos políticos e humanos do ex-presidente. Tais processos dizem respeito ao Sítio de Atibaia e ao terreno onde seria construída a sede do Instituto Lula.

…que não vai esperar

demorou apenas dois dias para responder, indeferindo o pedido. Escreveu em seu despacho: “Independentemente da discussão a respeito dos efeitos e da autoridade de parecer de membros do Comitê de Direitos Humanos da ONU em relação ao Brasil, o fato é que o parecer juntado nada diz a respeito da presente ação penal e à suspensão de prazos nela. As sucessivas alegações da Defesa de Luiz Inácio Lula da Silva de que é vítima de perseguição política ou de que está sendo julgado por órgão parcial já foram refutadas por este Juízo nas exceções de suspeição e também não foram acolhidas pelas instâncias recursais ou superiores. (…) Terá a Defesa a oportunidade de apresentar todos os seus argumentos nas alegações finais, mas a farsa da invocação de perseguição política não tem lugar perante este Juízo.”