Saúde

Cenário sombrio: estudo prevê ao menos 44 mil mortes no Brasil

Projeções indicam um cenário sombrio para o Brasil nas próximas semanas, independente da estratégia adotada

(Photo by Piero CRUCIATTI / AFP)
(Photo by Piero CRUCIATTI / AFP)

São Paulo – Projeções indicam um cenário sombrio para o Brasil nas próximas semanas, independente da estratégia adotada. Uma nova pesquisa do Grupo de Resposta à Covid-19 do Imperial College de Londres, instituição que vem fazendo quase em tempo real projeções matemáticas do crescimento da pandemia e avaliações das ações em andamento em todo o mundo, projeta ao menos 44 mil mortes no Brasil devido ao novo coronavírus, isso se houvesse no Brasil uma restrição mais ampla de isolamento, e feita de modo rápido.

Foi um trabalho dessa equipe com projeções para os Estados Unidos e o Reino Unido que fez o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, recuar sobre a ideia de adotar um isolamento vertical. Johnson foi diagnosticado com coronavírus nessa sexta (27).

Contudo, há cenários ainda mais dramáticos. Uma estratégia de isolamento social que só mantenha idosos em casa, como sugere o presidente Jair Bolsonaro, poderia levar à morte mais de 529 mil pessoas no Brasil em decorrência da covid-19. Muito? A taxa é um pouco menos da metade da que poderia ocorrer se nada for feito no País para conter a dispersão do novo coronavírus.

O trabalho mais recente do Imperial College, divulgado na quinta, expandiu a modelagem para 202 países. Os cientistas, liderados por Neil Ferguson, comparam os possíveis impactos sobre a mortalidade em vários cenários: ausência de intervenções, com distanciamento social mais brando, que eles chamam de mitigação, ou mais restrito, que é a chamada supressão.

As estimativas foram feitas com base nos dados da China e de países de alta renda, o que pode significar que, para as nações de baixa renda, a realidade possa ser ainda mais grave que a apontada no trabalho.