Política

Cascavel: Saúde presta contas; faltas a consultas chegam a 15,5%

O balanço foi apresentado ontem durante prestação de contas do terceiro trimestre da Secretaria de Saúde de Cascavel.

Cascavel – Na contramão do crescimento do atendimento na rede pública de saúde de Cascavel, é grande o número de faltosos. Ano passado, das 100 mil consultas agendadas, 15,4 mil pacientes faltaram, o que representa 15,5% de consultas desperdiçadas: por mês, são 1,4 mil. O balanço foi apresentado ontem durante prestação de contas do terceiro trimestre da Secretaria de Saúde de Cascavel.

Entre as especialidades, o total de faltas também é grande. Em um cálculo separado, a secretaria constatou que, no Ceacri (Centro Especializado de Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente), foram 810 consultas agendas e 122 faltas; no Cedip (Centro Especializado de Doenças Infecto-Parasitárias), 303 agendamentos com 60 faltas e, no CEO (Centro de Especialidades Odontológicas), das 2,1 mil consultas, 1.026 não foram realizadas porque o paciente não apareceu, mais da metade desperdiçada.

Dos 40,7 mil internamentos no ano passado em hospitais da cidade, 17 mil eram de moradores de Cascavel, o que representa 41,8%.

Nas UBSs e nas USFs, foram feitas 386.624 consultas médicas – média de 32.218 por mês. Referência em odontologia, Cascavel realizou 86,1 mil procedimentos em odontologia, com 24,2 mil atendimentos. No caso de especialidades, foram 37,6 mil encaminhamentos – só no terceiro quadrimestre foram 14,2 mil pacientes. O CAE (Centro de Atendimento Especializado) realizou 18,5 mil consultas.

E se consulta mais, a demanda por exames laboratoriais também fica grande: foram 500 mil em 12 meses. Nos quatro últimos meses do ano foram feitos 175 mil exames.

Na lista de espera por consultas de média complexidade Cascavel tem 34,2 mil pacientes e 13,7 mil para alta complexidade. E, de exames, são 54,2 mil de média complexidade e em 1,4 mil de alta.

Repasses da União em baixa

Para atender a demanda, as despesas aumentaram 7,5% de um ano para outro, passando de R$ 264 milhões para R$ 284 milhões em 2019. Desse total, R$ 186 milhões são do caixa do Município.

Devido ao teto de repasses de alta e média complexidades para o porte da cidade estipulado pelo Ministério da Saúde, Cascavel teve que subsidiar R$ 6,1 milhões. De um total de R$ 8,7 milhões gastos nessas áreas de competência da União, apenas R$ 2,6 milhões foram repassados ao Município.

Prova disso é o total de entubados – pacientes mantidos em estado grave nas UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento). Foram 345 pacientes à espera de leitos. A UPA Veneza teve maior incidência de óbitos: foram 78.  A unidade realizou 89,5 mil atendimentos em clínica médica (174,1 mil procedimentos) e 35,8 mil atendimentos em pediatria (55,7 mil procedimentos). Foram feitas 2 mil transferências com acionamento da Central de Leitos.

A UPA Brasília teve 64 óbitos, com 92,5 mil atendimentos de clínica médica (154,5 mil procedimentos) e 735 transferências pela Central de Leitos.

Já a UPA Tancredo teve 42 óbitos, e prestou 14,5 mil atendimentos clínicos (5 mil atendimentos ortopedia adulto), 46,1 mil atendimentos pediatria (27,4 mil procedimentos pediatria), com 2 mil transferências a leitos.

Em todas as UPAs o total foi de 285 mil consultas médicas, média de 23,7 mil por mês. Foram feitos 423,3 mil procedimentos, uma média de 35,2 mil por mês, ou 1.175 procedimentos por dia. O total de 183 óbitos em 2019 representa uma proporção de 0,06% em relação ao total de atendimentos.