Cotidiano

Caos na saúde.Pacientes vão para hospitais privados

As diárias desses pacientes deverão ser pagas pelo Estado aos hospitais

Cascavel – A superlotação e o caos na saúde de Cascavel e região continuam e medidas extremas precisaram ser tomadas nessa quinta-feira (31) devido à falta de leitos para receber pacientes em estado grave.

A reportagem apurou que pacientes foram regulados para dois hospitais privados e não conveniados ao SUS (Sistema Único de Saúde) em Cascavel e outro para Medianeira. As diárias desses pacientes deverão ser pagas pelo Estado aos hospitais. Todos os prestadores do SUS e também o HU (Hospital Universitário) de Cascavel estão lotados, assim como as UPAs (Unidade de Pronto-Atendimento).

Esta semana o Jornal O Paraná já havia noticiado a transferência de pacientes para Campo Largo e Nova Aurora por falta de vagas em Cascavel.

Eletivas suspensas

Diante da situação, as direções Geral e Clínica do HU (Hospital Universitário) de Cascavel suspenderam temporariamente as cirurgias eletivas. O documento que informa a suspensão é datado de 29 de outubro e a justificativa é o aumento no fluxo dos procedimentos cirúrgicos de urgência e emergência encaminhados ao hospital.

Em nota, a assessoria do HU informou que a medida foi tomada “em decorrência da criação e implementação do termo ‘Determinação Regulatória’, o qual o hospital não reconhece como termo oriundo dos procedimentos adotados e contratualizados com a Secretaria de Saúde do Estado do Paraná”. Na prática, o que aconteceu foi a determinação do encaminhamento de pacientes graves que haviam sido clicados diversas vezes e esperavam havia dias por leitos e eram rejeitados.

A ação, apesar de ter sido executada pelo Consamu, responsável pela regulação de leitos, é orientada pela 10ª Regional de Saúde e respaldada pela Sesa (Secretaria de Estado da Saúde). O mesmo procedimento aconteceu com os hospitais conveniados de Cascavel e região.

Diante da determinação de receber os pacientes, o HU suspendeu as cirurgias eletivas a princípio por tempo indeterminado. A expectativa é de que haja um alívio no sistema de regulação em breve. “Essa medida já foi defendida outra vezes para momentos de estrangulamento do sistema. Hoje o HU, no nosso entendimento, tomou a medida de forma acertada. A unidade é o principal destino das urgências atendidas e reguladas, devendo estar em condição de absorvê-las todo o tempo”, enfatiza o diretor técnico do Consamu, Rodrigo Nicácio.

Na nota, a direção do HU cita ainda o impacto que a suspensão causa aos pacientes que aguardam as cirurgias eletivas, mas ressalta que a superlotação impossibilita que o atendimento seja feito com segurança, tanto aos pacientes quanto aos profissionais.

E novamente critica a “Determinação Regulatória” e pede que a ação seja dialogada e que essas consequências sejam sanadas.

Reportagem:Cláudia Neis