Agronegócio

Café da manhã em parreiral e uma noite na carroça? Veja opções de experiências memoráveis na RMC

Viver experiências inusitadas, conviver com a natureza, conhecer histórias e pessoas são pontos integrantes do roteiro do turismo de experiência, presente na Rotas do Pinhão

Hospedagem na carroça - 
Beteias, Campo Largo -
Hospedagem na carroça - Beteias, Campo Largo -

Viajar, sair, ir. Verbos de conjugação tão aguardada durante a pandemia que deu água na boca. A espera foi igualmente longa na outra ponta dessa estrada, para quem recebe o visitante. E no meio desse caminho, reinventar: uma ação no presente que garantiu o futuro de muitos empreendimentos turísticos e fez nascer iniciativas com foco no turismo de experiência na região chamada Rotas do Pinhão, que compreende Curitiba e boa parte da Região Metropolitana.

“O turismo de experiência já estava no mapa de tendências desde 2018, a pandemia acelerou o processo porque despertou no consumidor a busca por bem-estar”, conta a coordenadora estadual de Turismo do Sebrae/PR, Patrícia Albanez. “Se você vai circular, que seja para se sentir bem”.

Viver experiências memoráveis, conviver com a natureza, conhecer histórias e pessoas são pontos integrantes desse roteiro. E dois aspectos são essenciais, conforme a consultora, para que um serviço seja oferecido como turismo de experiência.

O primeiro é impactar os sentidos. “A gente chega no lugar e já tem um aroma, uma decoração, um conforto auditivo que nos transporta para lembranças. O serviço precisa impactar para que sejam despertadas as boas memórias”, destaca. O segundo, ser inusitado. “É aquela sensação de que você saiu melhor, agregou um conhecimento e tem algo a contar”, explica.

Guiados por essas dicas e todos os cuidados que a pandemia ainda exige, a Agência Estadual de Notícias buscou experiências perto da Capital. Do café da manhã servido sob o parreiral até a hospedagem em uma carroça, não é preciso ir muito longe de Curitiba para se surpreender.

As opções podem ser sazonais, como o piquenique entre os campos de girassol e de camomila, ou estão de portas abertas o ano todo, como a degustação de queijo no local de produção; o passeio pode ser ecológico e urbano, ou ainda noturno para quem puder ir um pouco mais longe até a Lapa. Em comum: em vez de serem criados artificialmente para o turista, nasceram de histórias vividas, contadas de um jeito autêntico e recontadas pelo próprio viajante.

CONHEÇA AS EXPERIÊNCIAS:

CAFÉ NO PARREIRAL

O roteiro começa com um café da manhã debaixo do parreiral. A 35 km do marco zero de Curitiba (Praça Tiradentes), o café rural na Colônia Campina do Taquaral acontece aos domingos dos meses da safra de uva, entre dezembro e fevereiro, ou até que os cachos sejam colhidos na Cantina Zanchetta. Sim, o turismo de experiência vai no ritmo da natureza. A chuva, por exemplo, impediu que o café fosse servido num domingo do começo de janeiro, quando completou o aniversário de 144 anos que Beniamino Zanchetta, da Itália, fincou raízes em São José dos Pinhais.

“A primeira coisa que ele fez foi plantar um parreiral. Então vieram os quatorze filhos e um deles, o José, veio aqui para a colônia em 1902”, conta José Augusto Zanchetta, da quinta geração.

A história da família sempre foi de recomeços sob o parreiral. Fizeram vinho e viram o fim das plantas sugadas pela praga pérola-da-terra e hoje, em um parreiral até pequeno – 700 plantas em 3 mil metros quadrados, colhem vivências memoráveis. “Meu sonho era levar o nome da família no rótulo das garrafas de vinho, optei pela gastronomia e agora usamos a uva como turismo”, resume José Augusto, que abandonou 20 anos na contabilidade para continuar essa história do jeito que ele gosta de resgatar: “Gosto de fazer de um jeito diferente”.

E a ideia que surgiu numa conversa com a esposa Raquel tomando um café exatamente no parreiral se transformou em café farto de produtos dali das colônias servido ao som de gaita e violão; e está previsto pelos próximos sábados e domingos até o início de fevereiro.

Caso não dê tempo de chegar, a família oferece “polenqueta” (receita do nono) aos sábados e almoços italianos aos domingos. Ao longo do ano, mais experiências devem acontecer: após a colheita, o “amassar uva com o pé” e o retorno previsto do “merendim”, espécie de lanche sob o parreiral; de maio a julho, o empreendedor divide com o público dará início ao projeto “Meu pé de parreira”, que permite ao cidadão cuidar da sua própria safra de uva.

Onde: Colônia Campina do Taquaral, São José dos Pinhais

Quando: dezembro a fevereiro (sob consulta)

Ao redor: paisagem rural, cicloturismo, atrativos do Circuito Ecoturístico Taquaral

Contato: (41) 99965-5494 – @cantinazanchetta (Instagram)

(AEN)