Política

Bolsonaro: O grande problema do Brasil é a classe política

(Foto:  Fernando Frazão/Agência Brasil)
(Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Rio de Janeiro – Às vésperas de manifestação de seus apoiadores pela aprovação de medidas no Congresso, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou nessa segunda-feira (20) que “o grande problema do Brasil é a classe política”.

Em discurso na Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro), ele repetiu conceitos da carta que compartilhou na sexta (17) acusando “corporações” de boicotar seu governo: “O Brasil é um país maravilhoso, que tem tudo para dar certo. Mas o grande problema é a nossa classe política”, disse ele, pedindo apoio do governador e do prefeito do Rio, Wilson Witzel (PSC) e Marcelo Crivella (PRB), respectivamente. “Nós temos que mudar isso”, completou.

Na sexta-feira, Bolsonaro havia compartilhado texto que dizia que o Brasil é “ingovernável” sem “conchavos”, já que o Congresso está a serviço de corporações que se opõem a mudanças. “Cada vez que eu toco o dedo numa ferida, um exército de pessoas influentes vira contra mim”, afirmou, conclamando os presentes a pressionar seus parlamentares a votar propostas to governo: “Nós temos uma oportunidade ímpar de mudar o Brasil. Mas não vou ser eu sozinho – apesar de meu nome ser Messias – que vou conseguir.”

Manifestações

O texto compartilhado pelo presidente vem sendo usado para incentivar a convocação de apoiadores para manifestações no próximo domingo (26). Os protestos pedem a aprovação de decretos do governo, como a da reestruturação do Executivo, e da reforma da Previdência.

Em seu discurso, Bolsonaro afirmou que não há crise entre poderes e voltou a criticar a imprensa: “O que há é uma grande fofoca. E parece que, lamentavelmente, grande parte da nossa mídia se preocupa mais com isso do que com a realidade e o futuro do Brasil”.

Ele criticou, porém, o ritmo das votações no Congresso, dizendo que a convocação das manifestações de domingo foi mais ágil: “O que mais quero é conversar [com o Congresso]. Mas eu sei que tem gente que não quer apenas conversar”, continuou, sem especificar quem seriam e quais os interesses desses últimos.

O porta-voz da Presidência, Otávio do Rego Barros, disse que Bolsonaro ainda não decidiu se participará de manifestações no domingo.

Bolsonaro divulga texto que fala em Brasil “ingovernável”

Faltará dinheiro para salários em 2024

O presidente Jair Bolsonaro revelou que falta dinheiro no governo federal e que, se a reforma da Previdência não for aprovada, em no máximo cinco anos não haverá recursos para pagamento de servidores na ativa. “Não podemos desenvolver muita coisa por falta de recursos, por isso precisamos da reforma da Previdência. Ela é salgada para alguns? Pode até ser, mas estamos combatendo privilégios. Não dá para continuar mais o Brasil com essa tremenda carga nas suas costas. Se não fizermos isso, 2022, 2023, no máximo em 2024, vai faltar dinheiro para pagar quem está na ativa”, disse.

Aos industriais presentes no evento da Firjan, o presidente disse que está trabalhando para desburocratizar e melhorar o ambiente de negócios no País, para que os empresários brasileiros alcancem o sucesso e consigam gerar mais emprego e renda para a população. “O primeiro trabalho que queremos fazer é não atrapalhá-los, já estaria de bom tamanho, tendo em vista [a burocracia] que os senhores têm que enfrentar no dia a dia”.

Como exemplo de medidas e projetos para facilitar a vida dos brasileiros, Bolsonaro citou a Medida Provisória da Liberdade Econômica, a facilitação de licenças ambientais, o aumento da validade da carteira de habilitação de cinco para dez anos e a retirada de radares das rodovias federais.

Governadores

Para Bolsonaro, os governantes devem se empenhar ainda na redução de impostos. Ele citou como exemplo a redução da alíquota do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre o combustível de aviação em São Paulo, de 25% para 12%. “Uma simples variação no ICMS do querosene de aviação faz com que São Paulo tenha mais aviões partindo de seus aeroportos que o nosso aqui, no Rio de Janeiro. Sinal que quanto menos a gente tributa, quanto menos interfere, maior desenvolvimento”.