Economia

Bolsa cai 3,8% e dólar vai a R$ 5,32

Bolsa cai 3,8% e dólar vai a R$ 5,32

São Paulo – Os ativos domésticos tiveram um pregão negativo nessa quarta-feira (8), refletindo o aumento da percepção de risco institucional no País, após os atos políticos promovidos pelo presidente Jair Bolsonaro no Sete de Setembro. Ontem, o principal índice da Bolsa brasileira (B3) fechou em forte queda de 3,78%, aos 113.412,84 pontos, no menor nível desde março. Já no câmbio, o dólar registrou ganho de 2,89%, encerrando na máxima do dia, a R$ 5,3261 – maior valor desde 23 de agosto.

O índice também registrou sua maior queda diária, em percentual, desde 8 de março. Na máxima, bateu em 117.866,14 na abertura. Ontem, os investidores ficaram especialmente atentos a dois discursos feitos à tarde: o do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e depois, o do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux.

“Não vejo mais espaço para radicalismos e excessos”, disse Lira que, como presidente da Câmara, é responsável por colocar em votação – ou não – a autorização a pedidos de impeachment do presidente, julgados posteriormente pelo Senado. Ele prometeu conversar com todos os Poderes e reafirmou que a Câmara segue trabalhando em cima das “pautas do Brasil”: “O principal compromisso está marcado para 3 de outubro de 2022”, concluiu Lira, referindo-se à data do primeiro turno da eleição presidencial, no ano que vem.

Em discurso duro na abertura da sessão plenária, Fux dirigiu críticas contundentes à postura de Bolsonaro, afirmou que “ninguém fechará” a Corte e que a incitação à propagação de ódio contra o STF e ao descumprimento de decisões judiciais são “práticas antidemocráticas, ilícitas e intoleráveis”.

” Brasília parece à beira do precipício, mas tende a vir a percepção de que o jogo atual é de ‘perde, perde’, com efeitos para a economia. O 7 de setembro não foi o desfecho, mas o início de algo que será concluído na eleição do ano que vem”, diz Thomas Giuberti, sócio da Golden Investimentos, acrescentando que “à medida que o ambiente desanuviar, haverá um reequilíbrio”, após a retração natural do interesse por ativos brasileiros no momento.