Política

Bocasanta quer pôr motos nas faixas

A hipótese não foi nem cogitada pela Cettrans

Usadas exclusivamente pelos ônibus, as faixas que tiveram o reforço da pavimentação na Avenida Brasil despertam outras ideias. Ontem o vereador Jorge Bocasanta (Pros) cobrou da Cettrans (Companhia de Engenharia de Transporte e Trânsito) que estude a liberação do tráfego de motocicletas nas pistas da esquerda.

O parlamentar considera dois benefícios: primeiro a maior agilidade no fluxo de veículos e, segundo, segurança maior no trânsito: “Assim, as motocicletas deixam as demais pistas, usando apenas a pista dos ônibus. Isso reduz o risco de acidentes entre carros e motos, comuns no nosso trânsito. Acabaria ainda a constante mudança de faixas dos motociclistas e aumenta a segurança”.

Em grandes cidades brasileiras, como em Brasília, o tráfego nas pistas exclusivas do transporte público é liberado aos fins de semana e feriados. Em Cuiabá existe uma legislação municipal que permite o uso da faixa por ambulâncias, táxis e motocicletas. Em Londrina, norte do Estado, o vereador Jairo Tamura (PR) também chegou a propor por meio de projeto a liberação da pista exclusiva para as motocicletas, mas a proposta acabou rejeitada.

Em Cascavel, Bocasanta acredita que a ideia é viável e que “não afeta a circulação dos ônibus”. Para ele, o ideal seria fazer uma experiência de 30 dias, “assim seria constatada a redução pela metade dos acidentes na Avenida Brasil”.

A hipótese não foi nem cogitada pela Cettrans, que também não recebeu qualquer pedido relacionado a esse uso da faixa.

A coordenadora de Educação de Trânsito, Luciane de Moura, defende a permanência do trânsito como está para que os motoristas se habituem ao novo sistema. Ela argumenta que o Código de Trânsito limita o uso da faixa aos ônibus, mas possibilita que cada cidade defina o que é melhor e existe liberdade para liberar o fluxo. “Tentamos liberar dois acessos para o retorno da conversão à esquerda e não deu certo. O ideal é incentivar o uso de ônibus, pois ele ocupa menos espaço e transporta mais pessoas. No entanto, no trânsito temos espaço para todos os veículos”.

Reportagem: Josimar Bagatoli