Política

Auditoria permanente será exigida ao Cisop

Dois meses à frente do cargo de secretário, Tiago Stefanello demonstra total segurança e conhecimento sobre o setor

Foto: Secom
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Reportagem: Josimar Bagatoli

Com um orçamento estimado em R$ 316 milhões para este ano – maior valor entre todos os setores -, a Secretaria de Saúde de Cascavel possui demanda intensa e crescente por parte da população. Dois meses à frente do cargo de secretário, Tiago Stefanello demonstra total segurança e conhecimento sobre o setor, inclusive, articulações fundamentais para que os moradores recebam atendimento adequado.

Estudos acompanhados por ele demonstram que a eficiência do serviço no Cisop (Consórcio Intermunicipal de Saúde do Oeste do Paraná) estão bem aquém do ideal e que, por isso, uma auditoria permanente mensal deverá ser exigida pelo Município, que arca com mais de 50% dos custos do órgão.

HojeNews – Quais as metas para a Saúde até 2020?

Stefanello – Temos uma ação constante para ampliação de equipes da Saúde da Família. Cascavel possui 49 equipes implantadas e tem por objetivo chegar a 86 até fim de 2020, para que chegue aos 100% de cobertura em atenção básica. Isso ocorrerá durante as construções das USFs [Unidades de Saúde da Família]. Existem 12 obras para serem edificadas, quatro já licitadas e outras estão terminando os projetos, todas com recursos garantidos. Outras quatro novas foram cadastradas e aguardam a liberação de recursos, contemplando o Interlagos, 14 de Novembro, Universitário e Alto Alegre – com isso, Cascavel terá estrutura adequada para os próximos 20 anos.

HojeNews – E como fazer isso sem aumentar o limite prudencial?

Stefanello – Lançaremos este ano o Programa Mais Médicos Municipal para que sejam contratados profissionais sem incidência na folha. Isso é possível por meio do repasse de bolsas e cursos de pós-graduação. A prefeitura está fechando parceria com a UFPR [Universidade Federal do Paraná] na qual vai oferecer bolsas para a saúde da família – serão classificados médicos, enfermeiros e dentistas, para que trabalhem por dois anos, 40 horas/semanais: 36h eles vão se dedicar ao atendimento à população e quatro horas para o curso de ensino a distância. Serão 20 médicos, 20 enfermeiros e 20 dentistas: 49 equipes – mais 13 unidades.

HojeNews – Qual economia gerada?

Stefanello – Vamos economizar R$ 600 mil/mês, custo comparado se fizéssemos um concurso público. O médico custa em torno de R$ 18 mil por mês e tem ainda o 13º salário. Na bolsa, a previsão é de um custo de R$ 11 mil, sem imposto e sem o 13º.

HojeNews – Em relação ao Cisop, qual avaliação do serviço?

Stefanello – Estamos terminando um estudo que, mesmo preliminar, aponta que o Centro de Atendimento a Especialidades é mais resolutivo e que as consultas andam mais rápido que no Cisop. Tem uma qualidade maior do retorno dos pacientes. Estamos aprofundando isso para demonstrar ao Cisop essas informações. Como prestador de serviços, o Cisop ganha por consulta, muitas vezes ele preza pela quantidade de consultas e não pela qualidade do atendimento.

HojeNews – Isso quer dizer que a prefeitura pode assumir as especialidades?

Stefanello – É um pensamento que esbarra no limite prudencial. Então o Município primeiro tem que cumprir a atenção básica para depois assumir as especialidades. Esses estudos são importantes para cobrar do prestador de serviços – que é o Cisop – correções: se o médico está pedindo muitos exames, se está mantendo o paciente sem necessidade, com excedente de consultas de retornos. Por isso, vamos ao término do estudo exigir que exista uma auditoria interna – mensal – no Cisop, para acompanhar o rendimento dos médicos que ali atendem.