Política

Atrasos da União prejudicam obras

Sem os repasses, a empreiteira reduziu o ritmo da obra

Os atrasos de repasses do governo federal têm inviabilizado a continuidade de obras da educação em Cascavel, a exemplo de milhares de municípios do País: são mais de 5 mil na mesma situação, aguardando recursos estabelecidos ainda no PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento).

Uma das construções de maior proporção em Cascavel é a do Cmei (Centro Municipal de Educação Infantil) Nair Pandolfo Zafari, no Bairro 14 de Novembro, licitado por R$ 2,3 milhões. A estrutura foi alvo de uma fiscalização ontem da Comissão Permanente de Educação da Câmara de Vereadores. “Essa obra integra o PAC 2, que passou a ser de responsabilidade do Ministério do Planejamento. Estamos em negociação com o governo federal para que os recursos sejam liberados”, revela a secretária de Educação, Márcia Baldini.

Sem os repasses, a empreiteira reduziu o ritmo da obra, que deveria ficar pronta neste mês. A capacidade do novo Cmei será de 350 vagas e ajudará a desafogar a lista de espera de 4 mil crianças.

Um aditivo de prazo de mais quatro meses será dado pela prefeitura, tempo para que o governo federal possa concluir o repasse. O prefeito Leonaldo Paranhos (PSC) pretende viajar na próxima semana a Brasília para conseguir destravar a verba.

Outra obra vistoriada ontem foi a da Escola Municipal Florêncio Carlos de Araújo Neto, no Bairro Guarujá. A reforma da primeira etapa está em andamento e tende a ser concluída a tempo do retorno dos alunos, quinta-feira. “Essa primeira etapa da obra que contemplou cobertura, fiação, acessibilidade, canaletas e pintura foi concluída. O restante será executado em outra etapa da obra. Existem escolas antigas e estamos adequando tudo dentro das nossas possibilidades”, afirma Baldini.

Em toda a rede municipal de educação há pelo menos 13 obras em andamento. O setor foi o em pior encontrado pela atual gestão, conforme levantamento feito pela Secretaria de Planejamento e Gestão.

A Comissão Permanente de Educação da Câmara de Vereadores pretende visitar outras estruturas que passam por reformas para apurar se as empreiteiras têm respeitado o cronograma. “Constatamos que o Executivo buscou recursos, mas há falhas das empresas em determinados casos. Nosso objetivo é cobrar das empresas que o dinheiro público seja empregado de maneira adequada”, argumenta o presidente da Comissão, o vereador Carlinhos Oliveira (PSC).

Reportagem: Josimar Bagatoli