Educação

Após a greve: Prefeitos cortam transporte e alunos ficam sem poder ir à reposição de aulas

As prefeituras estão alertando que não vão custear o transporte escolar para a reposição das aulas

Após a greve: Prefeitos cortam transporte e alunos ficam sem poder ir à reposição de aulas

Jesuítas – Em quase todo o sudoeste do Paraná e em alguns municípios da região oeste os estudantes da rede pública estadual serão prejudicados mais uma vez. Isso porque prefeituras estão alertando que não vão custear o transporte escolar para a reposição das aulas na próxima semana referente ao período em que professores e funcionários ficaram em greve, de 25 de junho a 5 de julho.

Segundo a Amosp (Associação dos Municípios do Sudoeste do Paraná), tratam-se de “municípios que não querem ter custo extra com transporte de alunos afetados pela greve da rede estadual”. “A maioria das prefeituras do sudoeste indicou que não pretende fornecer transporte escolar aos alunos da rede estadual em dias e horários de aulas para reposição do conteúdo. O posicionamento consta em um levantamento realizado pela Amsop nessa semana: 33 municípios se manifestaram sobre a questão, todos contrários ao fornecimento do transporte”, informou a entidade.

No oeste, prefeitos ligados à Amop também se reuniram para tratar do tema. Segundo o presidente da entidade, o prefeito de Jesuítas, Junior Weiller, cada gestor decide por manter o transporte dos estudantes.

Não há um levantamento de quantos manterão o serviço, mas em Jesuítas, por exemplo, isso não vai acontecer até o fim das férias de julho. “Cada prefeito opta por fazer ou não, mas os municípios não têm como arcar com mais essa despesa. Esse transporte deveria ser custeado pelo Estado, mas são as prefeituras que pagam a maior parte, cerca de 80%”, explica, e ainda alerta para um possível crime: “O prefeito que fizer, estará infringindo a Lei de Responsabilidade Fiscal e pode responder por isso”.

Segundo Junior, caberá à Procuradoria Jurídica de cada prefeitura, com os gestores, fazer a avaliação de como isso vai ocorrer sem causar ônus aos caixas públicos e ao processo legal.

Ainda segundo o presidente da Amop, são cerca de 700 alunos em Jesuítas sem o transporte escolar para reposição de aulas.

Calendário

Os dias parados durante a greve devem ser repostos ao longo da próxima semana, que, pelo calendário normal, seria período de férias, e o restante aos sábados e feriados.

A reposição foi uma condição imposta pelo Estado para que os dias de paralisação não sejam descontados da folha dos servidores. Além disso, o ano letivo precisa contar, impreterivelmente, com 200 dias de aula.

Toledo e Cascavel

Em Toledo, por conta dos Jogos Escolares que serão realizados no Município em outubro e que vai exigir mais uma semana de recesso, o transporte foi mantido normalmente. O que será negociado com o Estado são as reposições aos sábados.

Em Cascavel, a informação da Semed (Secretaria Municipal de Educação) é que um posicionamento só poderá ser dado na segunda-feira (22) porque a pessoa responsável pelo setor não se encontrava nessa sexta-feira, mas que havia uma “tendência para que os serviços fossem mantidos normalmente”.

Contudo, em contato com as empresas que prestam serviço no Município, a informação é outra. Ao menos duas delas, a Colibri e a VC de Paula, disseram que na semana que vem nenhum aluno será recolhido. “O transporte escolar só retorna no dia 29 de julho. Ao menos o Município não nos informou nada de diferente. Então, na segunda, dia 22, e toda a semana que vem não tem ônibus do transporte escolar”, garantiu a atendente de uma das empresas.

Reportagem: Juliet Manfrin