Cotidiano

DER afirma que é inviável fazer o Trevo Cataratas com recursos de leniência

Trevo Cataratas é um dos principais entroncamentos rodoviários do Sul do País

Foto:Arquivo
Foto:Arquivo

Cascavel – Embora seja forte o apelo da sociedade civil organizada da região oeste do Estado para a construção do novo Trevo Cataratas, a obra não deve sair do papel. Há dois meses um grupo de líderes formou consenso em torno da demanda e levou ao governo do Estado o pedido de que essa obra fosse priorizada e feita com os recursos que serão devolvidos pela Ecocataratas conforme acordo de leniência firmado com o MPF (Ministério Público Federal) em decorrência de irregularidades no contrato de concessão da BR-277.

Contudo, a complexidade da obra e o tempo são itens que podem inviabilizar essa alternativa. “É uma obra muito difícil, muito complexa e que necessita de um estudo para que os caminhos e os serviços não tragam grande impacto na rodovia durante a execução. Precisamos avaliar todos os itens que envolvem a obra e os cálculos com relação ao valor que o Ministério Público ofereceu para leniência”, explica o diretor do DER (Departamento de Estradas de Rodagem), Fernando Furiatti Saboia.

Pelo acordo, Ecovia e Ecocataratas devolverão R$ 400 milhões, dos quais R$ 150 milhões são para execução de obras que deixaram de ser feitas durante o contrato.

Conforme o MPF, caberá ao DER definir as obras que serão executadas com esse dinheiro. As entidades locais argumentam que a Ecocataratas já tem o projeto pronto para a reformulação de um dos principais entroncamentos rodoviários do Sul do País, ligando as BRs 369, 467/163 e 277.

A explicação agora é que, como os contratos de concessão do Anel de Integração terminam em 2021, as obras precisam ser integralmente concluídas quando as empresas deixarem as praças de pedágio. Outro problema é que não se sabe ao certo o custo da obra, pois, conforme Saboia, “não há o projeto executivo”.

Caso o projeto da Ecocataratas não fosse viável, a elaboração de outro poderia demorar até dois anos, para então ser aberta a licitação da obra.

Embora as condições estejam revelando o fim do sonho, ainda não há uma confirmação concreta. “Estamos avaliando [a entrada do Trevo Cataratas no acordo], pois são vários fatores… O estudo está sendo feito pela nossa equipe e em breve anunciaremos se essa obra entrará ou não”, disse o diretor do DER.

Se confirmada a exclusão dessa grande intervenção em Cascavel, o Estado já tem outras metas de investimento: “Devemos levar em consideração todas as obras que foram retiradas do contrato inicial de concessão. São várias obras como terceiras faixas, duplicações, alguns trevos em desnível. Temos que chegar a um valor que caiba naquilo que o Ministério Público estipulou”, diz o diretor do DER.

 

Reportagem:Josimar Bagatoli