Cotidiano

87% das agentes penitenciárias têm saúde afetada pela profissão

Curitiba – Uma pesquisa que será apresentada hoje no 1º Encontro Estadual das Agentes Penitenciárias do Paraná mostra que pelo menos 87% das profissionais consideram que têm a saúde afetada pelo dia a dia nas penitenciárias. A pesquisa é do Sindarspen (Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná).

Um perfil foi traçado a partir das 365 agentes que atuam nas 33 unidades do Paraná e aponta também que os problemas mais citados por elas são transtornos mentais e comportamentos, doenças no aparelho digestivo, doenças respiratórias, doenças no sistema nervoso, entre outras. Quase metade das profissionais citou que precisou se afastar do trabalho por problemas de saúde.

Além disso, quase 70% das agentes se consideram insatisfeitas com as condições de trabalho. Das 365 agentes, mais da metade têm de 31 a 40 anos; 68% são mais; 80% têm curso superior e mais de 90% trabalham exclusivamente no sistema penitenciário.

A pesquisa mostra ainda que 59% das mulheres se consideram insatisfeitas com a autonomia na tomada de decisões; 75% se dizem insatisfeitas com a quantidade de mulheres no comando no sistema penitenciário e 90% estão insatisfeitas com a capacitação que recebem do Estado.

No Paraná, são três unidades destinadas para mulheres condenadas: a Penitenciária Feminina de Piraquara, o Centro de Reintegração Social Feminino em Foz do Iguaçu, e o Complexo Médico Penal em Pinhais. Além das três unidades específicas para mulheres, existem agentes femininas em outras 29 unidades penais do Paraná.

O evento

Com o tema “A humanização do sistema exige melhores condições de trabalho”, o 1º Encontro Estadual das Agentes Penitenciárias do Paraná é voltado para servidoras de todo o Estado e será aberto também ao público interessado no tema. O objetivo é debater as principais dificuldades enfrentadas pelas trabalhadoras na execução de suas funções, tanto nas unidades femininas quanto nas masculinas e definir uma pauta de lutas para buscar melhorias.

O Encontro surgiu após demanda das trabalhadoras de completa precariedade nas condições de trabalho.