O ministro Paulo Guedes (Economia) disse nessa terça-feira (4) que o País passa por uma “fase difícil e turbulenta”, mas previu que o dólar começará a cair. “Todas essas incertezas, a doença [covid-19], a perspectiva de recessão, tudo isso afeta muito [o câmbio]. A dúvida sobre se nós vamos conseguir ou não prosseguir com as reformas, os boatos sobre um ministro pode cair, pode não cair… Nós vivemos uma fase difícil, turbulenta. Não é nada suave aqui”, declarou, em audiência pública na Câmara.
Ele citou que o dólar está mais alto do que o esperado. “Então, o fato de estar com o dólar um pouco acima, seria ótimo se caísse. Eu acho que vai cair aí na frente”, afirmou o ministro, lembrando da alta nas exportações de commodities e o impacto disso no saldo comercial brasileiro.
**Box da retranca
Bolsa cai 1,26%; dólar sobe 0,2%
O cenário político interno ruim, em dia de CPI da Covid e reforma tributária, somado às incertezas sobre a política monetária dos Estados Unidos, afetaram a Bolsa Brasileira (B3) nessa terça-feira (4). O Ibovespa fechou em queda de 1,26%, aos 117.712,00 pontos, puxado ainda pela forte queda das empresas do setor financeiro. No câmbio, o dólar sentiu o mau humor dos investidores e subiu 0,22%, a R$ 5,4307.
Unânimes, os analistas ressaltam que a piora externa, que acabou contaminando o ambiente doméstico, veio após a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, afirmar que as taxas de juros no país podem ter de subir para evitar o sobreaquecimento da economia americana. Vale lembrar que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) disse não esperar uma mudança na política monetária dos EUA antes de 2022.
E o movimento externo encontrou localmente um terreno fértil para imprimir a queda do Ibovespa, que bateu nos 117,6 mil pontos na mínima o dia. A CPI da Covid, que ouviu Luiz Henrique Mandetta, o primeiro ministro da Saúde do Governo Bolsonaro, trouxe dúvidas sobre como vai sair a reforma tributária, num cenário de economia que se arrasta devido ao lento processo de vacinação.