Brasil - O governo federal está preparando a liberação de R$ 12 bilhões destinados a trabalhadores que foram demitidos e não conseguiram acessar os recursos do FGTS devido à escolha pelo saque-aniversário. O pagamento será iniciado de forma imediata, com a primeira metade do valor sendo disponibilizada agora e a outra parte em um prazo que ainda será definido, com a expectativa de que a totalidade dos recursos seja repassada em até 120 dias. Essa iniciativa tem como objetivo beneficiar cerca de 12 milhões de trabalhadores que se encontram em situação vulnerável.
O presidente Lula fará o anúncio oficial ao lado de líderes de centrais sindicais, destacando a importância da medida para a recuperação econômica e o apoio aos que perderam seus empregos. A formalização da ação ocorrerá por meio de uma medida provisória. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já confirmou a implementação dessa medida, que é vista como uma resposta às dificuldades enfrentadas por muitos brasileiros.
O mercado financeiro está observando atentamente as possíveis repercussões econômicas dessa liberação, especialmente em um contexto em que o Banco Central está focado em controlar a inflação.
Um membro do governo se manifestou em defesa da medida, argumentando que as críticas do mercado não são justificadas. Segundo ele, o impacto macroeconômico da liberação dos recursos será insignificante, sugerindo que a ação não comprometerá os esforços de controle da inflação.
Construção civil
O presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), Renato Correia, disse ao jornal Folha de S. Paulo que vê com preocupação a proposta do governo de liberar o saldo bloqueado do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) dos trabalhadores que utilizaram o saque-aniversário.
Para o presidente da CBIC, a medida será danosa para o FGTS e o setor da habitação se for permanente, e não apenas pontual. “É sempre com muita preocupação que a gente vê esse tipo de saque extraordinário. Tudo isso preocupa muito o setor de construção e os fundings [recursos dos FGTS destinado ao financiamento da habitação]. Já temos o saque-aniversário, a alienação do saque-aniversário, um projeto de lei na Câmara permitindo mais saques extraordinários e agora mais essa novidade”, afirmou.
A CBIC não participou das discussões da medida no governo. Segundo Correia, a nova liberação vai diminuir o orçamento para a habitação, que representa o cerne da aplicação dos recursos do fundo.