Economia

Desequilíbrios fiscais: FMI reduz projeção do PIB para 2,1%

Washington – O FMI (Fundo Monetário Internacional) reduziu a projeção para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil em 2019 de 2,5% para 2,1%. Em contrapartida, para o ano que vem a previsão de alta passou de 2,2% para 2,5%. As estimativas, que atualizam números divulgados em janeiro, constam do relatório Perspectiva Econômica Mundial, cujo título é “Desaceleração de crescimento, recuperação precária”, publicado nessa terça-feira (9). Em outubro, o FMI indicou que a expansão brasileira atingiria 2,4% em 2019 e 2,3% em 2020.

De acordo com o relatório, os desequilíbrios fiscais são um dos principais fatores que pesaram nas alterações das previsões para o PIB do País, além de “rigidez estrutural e termos de troca moderados”, que levam o Brasil a ter um crescimento estável, mas sem avanços expressivos.

“No Brasil, a principal prioridade é conter a dívida pública em ascensão, mantendo intactos ao mesmo tempo os necessários gastos sociais”, afirma o documento. O FMI ressalta que o teto de gastos introduzido em 2016, que pretende obter uma melhora de 0,5 ponto porcentual do PIB ao ano no resultado primário, é um passo na direção correta.

“No entanto, são necessários mais ajustes”, aponta o órgão, ressaltando que é importante “a reforma da Previdência Social para conter os crescentes desembolsos, enquanto protege programas sociais para os mais vulneráveis”.

Para o FMI, como a inflação no Brasil está perto da meta, “a política monetária pode continuar acomodatícia para apoiar a demanda agregada, se necessário”. O Fundo projeta que o IPCA deverá fechar este ano com alta de 3,6% e o ano que vem com variação de 4,1%.

Com a reforma trabalhista e a redução de subsídios oficiais para a concessão de crédito, os esforços para incrementar a infraestrutura e a eficiência da intermediação financeira ajudarão a elevar a produtividade e a ampliar as perspectivas de crescimento nacional no médio e longo prazos, segundo o relatório.

PBI do mundo

O FMI também diminuiu a projeção do crescimento global para este ano, de 3,5% previstos em janeiro para 3,3%, e não alterou a estimativa de alta de 3,6% em 2020. Em outubro, a expansão prevista era de 3,7% para este ano e para o próximo.

Segundo Gita Gopinath, economista-chefe do FMI, os países que apresentarão desaceleração neste ano respondem por 70% do PIB mundial.

O FMI reduziu a previsão de crescimento em 2019 das economias avançadas de 2,0% para 1,8%. Para 2020, a alta de 1,7% foi mantida.

Para os EUA, ocorreu uma diminuição da projeção de 2,5% para 2,3% neste ano. A China apresentou pequena melhora, de um incremento de 6,2% para 6,3% para neste ano.