Economia

Desaceleração global: Para FMI, Brasil pode crescer 2% em 2020

Para 2020, o cenário é de pequena recuperação, com alta projetada de 3,4%, mas ainda abaixo do crescimento de 2018 (3,6%).

Desaceleração global: Para FMI, Brasil pode crescer 2% em 2020

São Paulo – Prevendo um cenário de aceleração e alta do PIB brasileiro de 2% em 2020, o FMI (Fundo Monetário Internacional) rebaixou outra vez a estimativa de crescimento mundial para este ano. Segundo o Fundo, a desaceleração sincronizada global em curso diminuirá o ritmo de aumento do PIB global em 2019 para 3%, o menor patamar desde a chamada Grande Recessão de uma década atrás.

Para 2020, o cenário é de pequena recuperação, com alta projetada de 3,4%, mas ainda abaixo do crescimento de 2018 (3,6%).

No ano que vem, as duas maiores economias do mundo (EUA e China) devem continuar desacelerando. No ano eleitoral de 2020, os EUA devem crescer 2,1%. Já o crescimento chinês cairá para 5,8%.

Mas o PIB mundial em 2020 poderá se recuperar com uma retomada mais forte da atividade na zona do euro e em outras economias menores.

O Brasil é uma delas, com a projeção de crescimento dobrando do 0,9% previsto para este ano para 2% ano que vem. Nesse cenário, a taxa de desemprego cederia dos atuais 11,8% para 10,8% ao fim do ano que vem.

O Fundo alerta, no entanto, que, para manter ou acelerar o crescimento, o Brasil deve persistir no ajuste das contas públicas e nas reformas em curso.

Na Europa, a Alemanha também tende a se recuperar com alguma força, seguida por Itália, Reino Unido e França.

Mas o Fundo diz que, além de não ser uniforme, a recuperação global prevista para 2020 é “precária” e poderá continuar sendo contaminada por fatores que seguraram o crescimento mundial neste ano.

Entre eles, há grande indefinição sobre um eventual acordo entre EUA e China na área comercial, o baixo crescimento da produtividade nas principais economias e o envelhecimento populacional nos países ricos.

Munição limitada

Além da precariedade da recuperação prevista em 2020, o Fundo destaca em seu Panorama da Economia Mundial para o fato de os países ricos afetados pela crise global de 2008-2009 terem hoje “munição limitada” para agirem em caso de novos problemas.

Para salvar o mundo de um colapso há dez anos, os bancos centrais dos países ricos baixaram agressivamente suas taxas básicas de juro e injetaram desde então cerca de US$ 15 trilhões no mercado global comprando títulos de governos e de empresas em dificuldades.

A maior oferta de dinheiro levou o mundo a se endividar em níveis recordes, com débitos somados de governos, empresas e famílias atingindo agora US$ 250 trilhões, o equivalente a 320% do PIB.

Numa eventual nova crise, injetar mais dinheiro barato nas economias afetadas, segundo muitos especialistas, trará pouco impacto sobre a atividade e muitas dúvidas sobre a sustentabilidade de um endividamento cada vez maior.