Economia

Carteira assinada: Emprego volta a crescer em junho, mas 1º semestre fecha no vermelho

Após três meses de saldo negativo, a região oeste e o Paraná fecharam o mês de junho com novas contratações com carteira assinada

Carteira assinada: Emprego volta a crescer em junho, mas 1º semestre fecha no vermelho

Cascavel – Após três meses de saldo negativo, a região oeste e o Paraná fecharam o mês de junho com novas contratações com carteira assinada. No entanto, a recuperação não foi suficiente para compensar as demissões ocorridas durante a pandemia e o primeiro semestre fechou no vermelho: -1.160 empregos no oeste e -47.070 no Paraná (veja mais nesta página). Os dados são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho.

Na região, apenas 16 dos 50 municípios tiveram saldo negativo em vermelho, e 23 se considerada análise semestral. A situação mais crítica continua sendo em Foz do Iguaçu, que tem sua economia fortemente calcada no turismo, que continua praticamente parado na Terra das Cataratas. A cidade registrou mais 442 vagas fechadas em junho, quarto mês consecutivo com saldo negativo, totalizando a perda de 5.691 empregos neste ano, dos quais 6.091 ocorreram durante a pandemia (março a junho), que representa 10,15% do total de trabalhadores que iniciaram o ano com a carteira assinada.

Cascavel também fechou o semestre no vermelho, com o fechamento de 56 postos de trabalho com carteira assinada. Na pandemia, a Capital do Oeste teve 2.274 vagas encerradas. Contudo, a cidade mostra recuperação em junho, com abertura de 319 empregos.

O oeste já perdeu 7.376 empregos desde o início da pandemia, em março. Se consideradas as duas maiores cidades, Cascavel e Foz, o estrago é ainda maior: 8.365.

Expansão

Em contrapartida, Matelândia mantém o ritmo acelerado de contratações, e, com mais 371 registradas em junho, encerra o semestre com abertura de 1.822 vagas formais, um dos melhores resultados da história. Logo atrás está Toledo, com 1.288 empregos abertos no ano.

O Paraná também mostra recuperação, com a abertura de 2.829 vagas em junho, o que ajudou a compensar o saldo negativo no ano, que ficou em -47.070. Na pandemia, o Estado perdeu 93.710 empregos com carteira assinada.

Comparação com 2019

 

O Caged só informa dados de anos anteriores das cidades com mais de 30 mil habitantes. No oeste, considerando os números de Assis Chateaubriand, Cascavel, Foz, Guaíra, Mal. Cdo. Rondon, Medianeira e Toledo, o mês de junho de 2019 foi muito pior que o deste ano. Naquele mês, seis dos sete municípios fecharam no vermelho e o outro zerado. Com isso, foram fechadas 701 vagas, contra a abertura de 75 em junho deste ano. Se considerado o semestre, a situação muda: 3.393 novas vagas em 2019, contra -4.077 neste ano.

Construção e indústria contratam mais

 

O Paraná também registrou saldo positivo em junho, com abertura de 2.829 vagas de trabalho com carteira assinada. No semestre, o saldo ficou em -47.070, praticamente metade do total perdido durante a pandemia (março a junho), de -93.710.

Os dados do Caged mostram que, entre os grupamentos econômicos, os principais destaques foram a construção e a indústria, que criaram 1.828 e 1.599 postos de trabalho, respectivamente.

Por outro lado, o comércio permanece em queda. Em junho, o setor fechou 721 vagas. Já Serviços (+46) e Agropecuária (+77) fecharam com saldo praticamente estável.

Brasil fecha 1,2 milhão de vagas

 

O Brasil fechou 1,198 milhão de postos de trabalho formais no primeiro semestre deste ano, segundo dados divulgados nesta terça-feira (28) pelo Ministério da Economia. O resultado é o pior para o período desde 1992, início da série.

Contudo, os números de junho indicam recuperação se comparados ao mês de maio. No mês passado, 10.984 vagas foram fechadas contra mais de 350 mil registradas em maio.

Em todo o País, apenas seis estados apresentaram resultado positivo em junho: Mato Grosso (6.790), Pará (4.550), Goiás (4.334), Maranhão (3.907), Santa Catarina (3.721) e Paraná (2.829). Rio de Janeiro (-16.801), São Paulo (-13.299) e Rio Grande do Sul (-4.851) foram os estados que mais contribuíram para o resultado negativo nacional.

O saldo negativo da primeira metade do ano foi formado principalmente entre março e abril, período mais crítico da crise do coronavírus e quando as medidas de distanciamento social estavam mais acirradas. Esses dois meses respondem por cerca de 98% das perdas de vagas registradas em 2020.