Cotidiano

Saúde pública: Prioridade no HU são PS e UTI

Ala de Queimados está pronta, mas falta equipar e contratar pessoal

Saúde pública: Prioridade no HU são PS e UTI

Reportagem: Cláudia Neis 

Cascavel – A construção e a abertura da Ala de Queimados de Cascavel são uma novela que tem muitos capítulos e sem a menor possibilidade de previsão para um fim. É o que confirma o novo reitor da Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná), Alexandre Weber. “Não há previsão… não é só simplesmente abrir. São necessários R$ 7 milhões para equipar a ala, sem contar os funcionários e a manutenção. Não há previsão orçamentária para isso. A ala foi aprovada e licitada quando a situação econômica era outra, o Estado tinha verba. Hoje a situação é completamente diferente, estamos em crise e é preciso dar preferência às prioridades”, garante Weber.

E, para ele, as prioridades, ao assumir oficialmente a Reitoria, em 16 de janeiro, serão: abertura do Pronto-Socorro, a Ala Materno-Infantil e a abertura de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). “Precisamos abrir o PS totalmente, resolver o que precisa ser resolvido e conseguir fazer uso daquele espaço; depois tem a Ala Materno-Infantil, que é uma necessidade extrema, mas que não será imediata porque depende da verba para término da obra e ainda a abertura de novas vagas de UTI, que é possível fazer”, assegura Alexandre.

Revolta

A possibilidade de abertura da ala foi citada recentemente por conta da superlotação das UPAs (Unidade de Pronto-Atendimento) de Cascavel devido à falta de leitos hospitalares e causou revolta nos representantes da Associação Pró-Queimados do Oeste, que se manifestou por nota questionando políticos e representantes da área que levantaram a possibilidade. “Será que estão querendo discriminar as vítimas de queimaduras por ser o tratamento difícil e caro? Diante da atual situação de falta de leitos hospitalares para queimados em nosso estado, será que seria uma opção racional? …Ou será politicagem para encobrir obras do governo anterior, disfarçar problemas de gestão na saúde e obter ganhos políticos por internar pacientes eleitores?”

O novo reitor afirmou que não há servidores suficientes: “Não há a menor condição de abrir nada do que já não existe no HU sem a contratação de pessoal. E, como disse, a ala [de queimados] não é prioridade… precisamos pensar o hospital como um todo e não apenas uma ala”.

Servidores e direção

Weber adiantou que uma de suas primeiras medidas será fazer um levantamento de funcionários e também das horas extras realizadas na unidade para, com base nisso, negociar com o Estado melhorias no custeio e outras possibilidades. “Faremos um levantamento rápido da situação para continuar essa conversa com a Sesa [Secretaria de Estado da Saúde] sobre manutenção, gestão e mudanças no HU. Queremos trabalhar de uma forma mais próxima com o Estado, voltar a ganhar a confiança dele, isso só vai trazer benefícios”, complementa Weber.

Ele garantiu também que já tem uma equipe de trabalho, que inclui cargos de direção do HU definidos, mas que ainda é cedo para divulgar os nomes.

Atraso nos salários

Os médicos terceirizados que atuam no HU estão novamente com salários atrasados. A situação já foi registrada há alguns meses na metade do ano e normalizada após a liberação de recursos retidos pelo governo do Estado.

O diretor-geral do Hospital, Edison Leismann, reconheceu o atraso: “De fato, está em atrasado. Esse pagamento normalmente é feito entre o dia 15 e o dia 25”.

Leismann garante que a liberação do valor de R$ 1.555.000, que será destinado ao pagamento dos médicos, deve ocorrer nesta quinta-feira (28) pelo Estado e então poderão ser emitidas as notas fiscais para empenho. “Se liberado o orçamento amanhã [hoje], autorizamos a emissão das notas fiscais. Como será utilizado da Fonte 100 [Recursos do Tesouro], o pagamento é feito pelo Estado. Normalmente de três a quatro dias para os trâmites”, complementa o diretor.

Na prática, os médicos devem receber o salário no início de dezembro.

Reunião sobre mudanças na regulação conta com ortopedistas

 Em mais uma reunião da Câmara Técnica Hospitalar, que discute os problemas de fluxo de regulação, realizada ontem (27), além de representantes dos diversos órgãos envolvidos estiveram presentes ortopedistas dos três prestadores: HU (Hospital Universitário) de Cascavel, Hospital São Lucas e Hospital do Coração.

A presença deles foi necessária por conta do desenho no novo fluxo de regulação de pacientes ortopédicos que está sendo organizado pela 10ª Regional de Saúde. Detalhes técnicos sobre encaminhamento, comunicação e avaliação dos casos foram discutidos com os médicos especialistas para que tudo conste na redação no fluxo, que ainda está sendo elaborado e deve trazer mais agilidade na regulação de pacientes. O objetivo, segundo a 10ª Regional de Saúde, é fazer com que os pacientes que hoje ficam nas UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) por dias sejam atendidos em no máximo 24 horas nos hospitais.

Ainda não há prazo para que o novo fluxo seja posto em prática, mas a Regional trabalha para que seja o mais rápido possível, já que é um dos principais problemas apontados pela urgência e emergência do Município de Cascavel em relação à regulação de pacientes nas UPAs.