TRANSPORTE PÚBLICO

Ônibus elétricos: circulação completa um mês com “incômodo das catracas”

Ao contrário do restante da frota, nos elétricos a catraca fica ao meio do ônibus - Foto: Secom
Ao contrário do restante da frota, nos elétricos a catraca fica ao meio do ônibus - Foto: Secom

Nesta sexta-feira (6) completa um mês que os ônibus elétricos estão rodando na cidade causando ainda certa divergência de opiniões entre os passageiros do transporte público. Do total de 15 veículos da frota nova que chegaram ao Município ainda no final de julho, apenas um deles não está rodando, mas a previsão é que seja colocado em funcionamento até o final desta semana.

A reportagem do Jornal O Paraná está acompanhando o assunto desde o anúncio da compra em 2020 até a chegada deles, que trazem modernidade ao sistema do transporte público da cidade, que vem passado por uma transformação na última década desde as obras nas três principais avenidas da cidade – Brasil, Tancredo Neves e Barão do Rio Branco, para poderem receber o tráfego dos ônibus, até a construção de quatro novos terminais e, por último, a revitalização do Terminal Sul.

Um dos problemas sentidos pelos passageiros se refere à catraca dos ônibus. Ao contrário do restante da frota, nos elétricos a catraca fica ao meio do ônibus, o que acaba atrasando o desembarque dos passageiros nos terminais, já que a quantidade fica dividida e até que todos passem a roleta e paguem a passagem, outros passageiros já estão entrando na parte de trás, causando incômodo e confusão.

A presidente da Transitar, Simoni Soares disse que eles já identificaram o problema porque perde um espaço considerável no ônibus e isso precisa de ajuste. “Para fazer a alteração da catraca nós tivemos que ter uma autorização da fábrica, então esse ônibus tivemos autorização e foi feita. Será um ônibus de teste que nós vamos colocar na linha Nordeste, então fora isso os outros pontos todos têm sido muito positivos, principalmente em relação à autonomia e à economia”, disse ela.

Ainda sobre a catraca, a presidente explicou que com a modificação que servirá como teste, o ônibus vai ficar todo livre, mas não tem espaço para o passageiro aguardar. O veículo está sendo acompanhado por um agente e se for aprovada a mudança, ela será feita em todos os outros ônibus para resolver a sobrecarga no espaço traseiro. “Não é tão simples fazer uma alteração de catraca, mas é necessária porque o objetivo é dar maior conforto e utilizar o máximo de espaço que o ônibus disponibiliza”, constatou.

Para Simoni, os outros itens dos veículos foram aprovados, principalmente a questão da autonomia, com um redução de 57% no valor se for comparar ao abastecimento com combustível nos primeiros 20 dias de funcionamento. O novo veículo têm câmeras internas e por meio delas é possível identificar casos de vandalismo e outras irregularidades, como o hábito de pular a catraca.

Modernização

A chegada dos ônibus modernizou parte do sistema de transporte público, sendo que os 15 elétricos representam 10% do total dos ônibus que circulam pela cidade. Cada ônibus tem cerca de 12 metros de comprimento e capacidade para 75 passageiros. Equipado com baterias totalmente elétricas, possui autonomia de 270 km e pode ser carregado em até 4 horas. Além disso, tem ar-condicionado, conexão wi-fi e tomadas para recarga de celulares. No Paraná, apenas Curitiba tinha ônibus elétricos.

Todo o sistema para carregar a frota conta com nove carregadores, sendo que 7 deles ficam no Eletroterminal, um no Terminal Leste e outro no Terminal Sul. As recargas serão feitas no período noturno quando não estiverem circulando, mas o local comporta os 15 estacionados de uma só vez.

Usina

A energia será fornecida por uma “Usina Fotovoltaica” que está sendo construída no Aterro Municipal. No local, estão sendo instaladas diversas placas que farão a captação de energia que será mandada diretamente para a rede da Copel, sendo feita a compensação da energia, sendo que a previsão é que até o final de agosto, toda a estrutura fique pronta. Depois de pronta, haverá um período de testes, para a Copel inserir a produção da energia na rede, que vai direto para a subestação da Copel.

A expectativa de produção da energia, que é um contrato, a empresa está colocando 5 mil placas que vão gerar uma produção de 2,5 megawatts de energia. Em números, a previsão que nos 25 anos que a usina vai produzir dentro da garantia das placas, eles gerarão uma economia de cerca de R$ 260 milhões em energia que o município teria que gastar se não houvesse a usina.

Não existe uma ligação entre o terminal e a usina do aterro, a usina fornece energia na rede da Copel e cria um crédito em energia para a Prefeitura. A Copel fornece energia para o Eletroterminal para abastecer os ônibus e vai descontar essa energia fornecida daquela que o Município insere para a Copel, o que deve sobrar energia e o Município ficará com crédito que vai ser usado em outros prédios públicos.