A mobilização da comunidade de municípios do entorno de Marechal Cândido Rondon cria condições favoráveis para melhorias há muito reivindicadas em rodovias importantes do Oeste do Paraná. O presidente da Acimacar e diretor de Desenvolvimento Territorial da Caciopar, Paulo Grenzel, falou do movimento em recente reunião da Caciopar no Centro Cultural de Pato Bragado.
Inicialmente, a preocupação dos moradores, por meio de suas entidades empresariais e autoridades, foi levada a representantes políticos da comunidade. Com isso, criou-se um grupo de trabalho para pensar e executar todas as etapas seguintes, de forma absolutamente democrática e transparente, conforme Paulo. A Acimacar foi escolhida para conduzir os procedimentos burocráticos.
Com a mobilização, algumas fases foram vencidas, como de estudos técnicos, escolha dos trechos que receberão interferências e elaboração de anteprojeto. Uma das etapas mais determinantes foi estabelecer compromisso com o DER para o bom trâmite do projeto.
A finalidade é conseguir recursos e, no menor prazo de tempo possível, melhorar a capacidade de fluxo, com implantação de terceiras faixas, nas PRs 467, 495 e 497. São considerados cerca de 150 quilômetros de rodovias e a intenção é contar com terceiras faixas em pelo menos 50. Outro foco central do trabalho é eliminar trechos considerados perigosos onde, atualmente, ocorrem acidentes graves. Depois de iniciados os trabalhos, a previsão de conclusão é de seis meses.
PR: Investimento em infraestrutura de transportes é de R$ 455,4 mi
O investimento federal na melhoria da infraestrutura de transporte do Paraná é de R$ 455,4 milhões em 2024. O valor representa um aumento de 125% em relação a 2022, quando R$ 202 milhões foram aplicados nas rodovias e ferrovias paranaenses. Em 2023 o investimento já havia saltado para R$ 546 milhões no estado.
No Paraná, uma das principais ações de infraestrutura viária é a abertura de leilões de concessões rodoviárias no estado, que vão trazer investimentos privados para otimização e melhoria de contratos.
Em 2024, teve início a concessão dos lotes 1 e 2 das rodovias federais e estaduais leiloadas conjuntamente em 2023. Pelos próximos 30 anos, os 19 trechos de estradas leiloadas – que totalizam mais de mil quilômetros e abrangem mais de 40 municípios – receberão intervenções como duplicações e implantação de terceiras faixas, obras estruturantes para elevar a qualidade dos trechos concedidos, além de tecnologias para maior segurança viária da região onde vivem mais de 6 milhões de brasileiros. O investimento foi de R$ 19 bilhões.
São dois leilões previstos no estado: lote 3 e lote 6 das Rodovias Integradas do Paraná. O lote 3 contempla rodovias entre Maringá e Ponta Grossa, e o lote 6 abrange estradas entre Cascavel, Guarapuava e Foz do Iguaçu.
O Novo PAC viabilizou, ainda, uma série de outras obras nas vias federais no Paraná, a exemplo da duplicação do trecho entre Cascavel e Marechal Rondon, na BR-163/PR; a construção do Contorno de Foz do Iguaçu, na BR-469/PR; a construção da Segunda Ponte sobre o Rio Paraná e acessos, na BR-277/PR; e a construção do contorno sul de Maringá, na BR-376/PR.
Manutenção
O investimento federal nas estradas do país levou o Brasil a alcançar o melhor Índice de Condição da Manutenção (ICM) da malha rodoviária desde o estabelecimento da atual metodologia, em 2016, pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Em maio de 2024, o ICM chegou a 70% de bom, contra 12% de ruim ou péssimo. O ICM é calculado a partir de levantamento de campo, buscando classificar cada segmento em quatro categorias: péssimo, ruim, regular ou bom. O cálculo do ICM é composto pelo Índice de Pavimentação – IP (panelas, remendos e trincas), que representa 70% do valor final, e pelo Índice de Conservação – IC (roçada, drenagem, sinalização horizontal e vertical), que representa os 30% restantes.
Estado institui fundo voltado para infraestrutura
O governador em exercício Darci Piana sancionou na última quinta-feira (4) a lei no 22.056/2024, que institui o Fundo Estadual em Infraestrutura Inteligente (Feiin). O objetivo do fundo é ampliar os investimentos públicos no Estado e promover o desenvolvimento de projetos estratégicos nas áreas de infraestrutura rural, transportes, logística e de sustentabilidade.
As receitas que comporão o Feiin serão provenientes de royalties, ou seja, de pagamentos compensatórios efetuados por empresas que atuam na extração de petróleo, gás natural, xisto e outros recursos minerais, bem como na produção de energia elétrica a partir de reservatórios localizados no território paranaense.
Essas compensações incluem, por exemplo, royalties da Usina de Itaipu e da operação da Unidade de Industrialização do Xisto, em São Mateus do Sul.