A CNT (Confederação Nacional do Transporte) divulgou os resultados da Pesquisa CNT de Rodovias 2024. O estudo analisou 111.853 km de rodovias em todas as cinco regiões do Brasil. A conclusão é de que 67% (75.039 km) estão em condições insatisfatórias (regular, ruim ou péssima).
Ao destrinchar levantamento, a entidade apresentou a seguinte avaliação: 338 km (7,5%) estão em ótimas condições; 476 km (25,5%) foram avaliadas como boas; 263 km (40,4%) possuem condições regulares; 239 km (20,8%) foram classificadas como ruins; 537 km (5,8%) apresentam péssimas condições.
Panorama regional
Na região Sul, que abrange Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, foram avaliados 18.741 quilômetros de rodovias pavimentadas, distribuídos da seguinte forma: Paraná: 6.429 km, Santa Catarina: 3.510 km e Rio Grande do Sul: 8.802 km.
A classificação geral no Sul demonstra uma predominância de condições regulares e ruins, com 8.207 km (43,8%) classificados como regular e 3.955 km (21,1%) como ruim. Apenas 1.141 km (6,1%) obtiveram a classificação “ótimo”.
Rodovias do Paraná
O levantamento também trouxe um panorama atualizado sobre as condições da infraestrutura rodoviária do Paraná. Foram analisados 6.429 quilômetros de rodovias paranaenses.
De acordo com a pesquisa, uma parcela das rodovias no Paraná apresenta problemas estruturais, como buracos e falta de sinalização adequada, fatores que elevam os custos operacionais e comprometem a competitividade econômica regional.
A distribuição do estado geral das rodovias foi a seguinte: Ótimo: 404 km (6,35%), Bom: 2.010 km (31,3%), Regular: 2.546 km (39,6%), Ruim: 1.289 km (20%) e Péssimo: 183 km (2,8%). A conclusão é de que 62,4% (4.018 km) estão em condições insatisfatórias (regular, ruim ou péssima).
De acordo com o levantamento, embora trechos sob concessão tenham um desempenho expressivamente melhor, os problemas persistem nas rodovias públicas. As condições mais críticas, como trechos em estado “Ruim” ou “Péssimo”, somam 1.472 km (22,8%), demonstrando desafios estruturais e de manutenção nas rodovias.
Análise por variáveis
A pesquisa também avaliou fatores como pavimento, sinalização e geometria da via, considerados essenciais para o tráfego seguro e eficiente: Quanto ao pavimento, muitos trechos apresentaram desgaste acentuado, buracos e irregularidades que elevam os custos de transporte e comprometem a segurança.
Quanto à sinalização, problemas frequentes foram detectados, como faixas apagadas e placas deterioradas ou ausentes, impactando a orientação dos motoristas. Já quanto à geometria da via, trechos com curvas perigosas, acostamentos inadequados e falta de visibilidade foram apontados como fatores de risco.
Impactos econômicos e logísticos
Segundo o estudo, os problemas nas rodovias têm consequências diretas para a economia e a logística, como os custos elevados, já que a má qualidade do pavimento eleva o consumo de combustível e o desgaste de veículos, aumentando os custos operacionais em 32,5%. Riscos à segurança, uma vez que a falta de sinalização adequada e as condições ruins do pavimento contribuem para o aumento do número e da gravidade dos acidentes.
Soluções
Como sugestão para melhoria da infraestrutura, a Pesquisa CNT 2024 sugere aumento dos investimentos em recuperação e manutenção, priorizando trechos críticos, ampliação das concessões rodoviárias, dada a eficiência demonstrada em trechos privatizados, intervenções emergenciais em pavimentação e sinalização para aumentar a segurança e revisão da geometria das vias, com a correção de curvas perigosas e melhoria dos acostamentos.
Concessões no Paraná
O novo plano de concessões das rodovias do Paraná está dividido em seis lotes, que totalizam 3,3 mil quilômetros de rodovias. Estão previstos R$ 44 bilhões em investimentos, incluindo a duplicação de 1.783 quilômetros de rodovias, construção de 11 contornos urbanos, 253 quilômetros de faixas adicionais em rodovias já duplicadas, 104 quilômetros de terceiras faixas, mais de mil obras de arte especiais, como viadutos, trincheiras e passarelas, sinal de Wi-Fi em todo o trecho, câmeras de monitoramento e iluminação em LED.
Até o momento, dois lotes já foram leiloados na B3, em São Paulo, e os trechos concedidos estão sob gestão de novas concessionárias, responsáveis por obras de modernização, manutenção e segurança. A expectativa é que outros dois leilões, dos lotes 3 e 6 ocorram até o final deste ano.