RIO ? Na noite desta segunda-feira, logo após a exibição, no “Jornal da Globo”, de uma reportagem sobre artistas que protestam contra a fusão dos ministérios da Cultura e da Educação, a Associação dos Produtores de Teatro do Rio (APTR) publicou uma carta aberta ao presidente interino Michel Temer. Nela, diz que a extinção do MinC “promoveu um retrocesso de 30 anos”.
“O MinC é uma conquista da sociedade brasileira e não pode deixar de existir, especialmente num cenário de ausência completa de debate com os interlocutores necessários”, diz o documento.
Desde a manhã desta segunda-feira, artistas e manifestantes contrários à medida ocupam o Palácio Capanema, que é a sede da Funarte no Rio de Janeiro, além de representação regional do Ministério e sede do Ipham RJ. O movimento começou no sábado, quando a sede do Iphan, em Curitiba, recebeu a primeira grande ocupação, reunindo mais de mil pessoas, enquanto a Funarte de Belo Horizonte foi ocupada no domingo.
Leia na íntegra a carta aberta da APTR:
Carta aberta ao vice-presidente da república no exercício da presidência.
FICA MINC
As vésperas das comemorações do bicentenário da independência do Brasil, o setor cultural recebe com repúdio a Medida Provisória que extinguiu o Ministério da Cultura. Este ato promoveu um retrocesso de 30 anos. O MINC é uma conquista da sociedade brasileira e não pode deixar de existir, especialmente num cenário de ausência completa de debate com os interlocutores necessários.
A alegada demanda por uma maquina pública enxuta não pode justificar o desmonte de estrutura fundamental dedicada à guarda e preservação de identidade nacional.
Encaminhamos este documento público para expressar a imprescidivel importância da permanência do Ministério da Cultura, como órgão superior e nacional para formulação de políticas à altura da relevância de um projeto de cidadania, diversidade e desenvolvimento.
Rio de Janeiro, 16 de maio de 2016.
Associação dos Produtores de Teatro.