De acordo com o levantamento da plataforma Google Trends, o interesse de donos de veículos de todo o Brasil pela utilização correta de lubrificantes automotivos cresceu 28% nos últimos cinco anos. O percentual se refere ao número de buscas realizadas por meio do mecanismo de pesquisa do Google, referenciando as palavras “óleo de carro”, as quais são comumente associadas ao questionamento sobre qual seria o nível ideal do fluído no automóvel — dúvida que ocupa posicionamento de destaque no TOP 10 temas mais relacionados à pauta dos lubrificantes.
Automóveis com níveis de óleo abaixo do mínimo são impactados por consequências negativas, como o desgaste de componentes do motor, o superaquecimento e até mesmo, em situações extremas, a perda total do motor. Esses riscos levam muitos motoristas a pensarem que ultrapassar o limite máximo do nível óleo poderia evitar consequências negativas ao automóvel, mas a realidade demonstra o contrário, conforme destaca o Coordenador de Capacitação e Suporte técnico dos lubrificantes Mobil, José Cesário Neto.
“O nível acima do recomendado — o “max” marcado nas varetas de medição — é prejudicial para o desempenho dos veículos e pode causar problemas muito graves no longo prazo. Cabe destacar, primeiramente, que o excesso de óleo muitas vezes acontece por engano. É comum que o reparador que realiza a troca do óleo, ao checar o nível do lubrificante no posto, recomende completar o óleo sem deixar o motor do carro desligado por tempo suficiente. No motor que acaba de ser desligado, nem todo o óleo desceu para o cárter, e ainda existe uma boa quantidade de lubrificante nas galerias do motor, por onde ele passa para proteger pistões, mancais, comando de válvulas, tubo compressor e demais peças móveis. Ao colocar mais óleo em um motor que já tem quantidade suficiente, pode-se ultrapassar o limite máximo, e isso faz mais mal do que bem”, explica Cesário.
O coordenador lista como os principais efeitos negativos causado pela ultrapassagem do nível máximo de óleo no motor:
Bolhas de ar
Dentro do cárter, onde fica armazenado o óleo, também fica o virabrequim, que gira junto com o movimento do motor. Ao girar, em contato com o excesso de óleo, ele cria bolhas de ar que formam uma espuma. Quando essas bolhas chegam nas partes que precisam ser lubrificadas, diminuem a eficácia do óleo, ocorrendo o contato metal com metal, superaquecendo as peças internas e diminuindo a vida útil do motor.
Aumento da pressão interna
O excesso de óleo também pode causar vazamentos, ao elevar a pressão interna do motor, ou então danificar peças internas. Também diminui a eficiência do motor, aumentando a carga sobre o sistema de bombeamento de óleo.
Aquecimento excessivo
Outra consequência pode ser aquecimento excessivo do motor, porque a lubrificação inadequada pode resultar em aumento de atrito e calor.
Contaminação do catalisador
O óleo excessivo pode ser arrastado para o sistema de escapamento, resultando na contaminação do catalisador. Isso pode afetar o desempenho do sistema de controle de emissões.
Aumento no consumo
Níveis de óleo acima do recomendado podem levar a uma maior resistência, fazendo com que o motor funcione de forma menos eficiente, resultando em aumento no consumo de combustível.
Cesário ressalta ainda que, caso o carro esteja com lubrificante acima do limite, será preciso drenar o excesso, abrindo o bujão de óleo para retirar pequenas quantidades, e testando com a vareta após cada tentativa para verificar se o nível correto foi atingido. Com esse cuidado se garante o funcionamento suave e eficaz do motor do veículo.