Agronegócio

Proagro agora cobre danos da cigarrinha

O manejo de combate à praga é feito por meio do tratamento de sementes, defensivos químicos e biológicos, cultivares menos sensíveis ao enfezamento, além do controle da cultura pós-colheita

Proagro agora cobre danos da cigarrinha

Cascavel – Os produtores rurais com perdas de produtividade do milho devido às doenças sistêmicas transmitidas pela cigarrinha (Dalbulus maidis) poderão acessar o Proagro (Programa de Garantia da Atividade Agropecuária), de acordo com o Comunicado 37.014, do Banco Central, divulgado no dia 13 de abril. Produtores que realizaram o pedido da perícia do seguro de 1º de julho de 2020 até os dias atuais e eventualmente receberam uma negativa, podem agora pedir revisão.

O comunicado destaca que o produtor receberá a cobertura do Proagro já que não existe, atualmente, “método difundido de combate, controle ou profilaxia, que seja técnica e economicamente exequível”.

O manejo de combate à praga é feito por meio do tratamento de sementes, defensivos químicos e biológicos, cultivares menos sensíveis ao enfezamento, além do controle da cultura pós-colheita. No entanto, não existe uma medida curativa e os métodos isolados têm pouco efeito.

“Os bancos ou agentes financeiros acreditavam que existia um controle eficaz. No entanto, como ficou constatado, além de não ser eficaz, ele é muito caro. Portanto, as entidades representativas do setor pediram uma revisão desse entendimento pelo Banco Central, que acatou”, explicou Jefrey Albers, coordenador do departamento técnico e econômico da Faep (Federação da Agricultura do Estado do Paraná).

O Banco Central recomenda, ainda, que os agentes do Proagro façam a revisão de eventuais indeferimentos de pedidos de cobertura de operações de 1º de julho de 2020 até os dias atuais, “caso tenham sido motivados pelo entendimento de que as perdas decorrentes da presença de cigarrinha nas lavouras de milho não seriam amparadas pelo programa”.

“Todos que entraram com o pedido, que eventualmente tenham sido negados, poderá pedir revisão. Produtores precisam procurar o banco e solicitar”, comentou. A decisão é válida não só para o Paraná, mas para todo o Brasil.

Na avaliação da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), essa medida é positiva e muito importante para o produtor rural, que pode ter perdas de até 80% da produção em casos de ataque severo.

“Até a publicação do documento, o Proagro não aceitava as perdas decorrentes de pragas. A partir de agora, esse risco passou a ser coberto, uma excelente notícia para o produtor de milho”, afirmou o presidente da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosa da CNA, Ricardo Arioli.

Segundo Paulo Orso, presidente do Sindicato Rural de Cascavel, todas as medidas e as campanhas de incentivo ao controle e de orientação de produtores para enfrentar o problema continuarão.