Pedro Lupion discute questões do agro em Cascavel com o Sindicato Rural, reforçando a importância da FPA para o setor - Foto: Assessoria Sindicato Rural
Pedro Lupion discute questões do agro em Cascavel com o Sindicato Rural, reforçando a importância da FPA para o setor - Foto: Assessoria Sindicato Rural

Cascavel e Paraná - O presidente da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária), Pedro Lupion, esteve em Cascavel nesta quinta-feira, cumprindo uma série de compromissos. Entre os quais, participou de uma reunião com colaboradores do Sindicato Rural, quando foi recebido pelo presidente do sindicato, Paulo Orso. “Temos que aproveitar as oportunidades, principalmente quando temos a visita do presidente do FPA, no sentido de apresentar as principais demandas do setor produtivo da região, valorizando dessa forma o produtor rural e a produção agropecuária, para que não sejamos só criticados, mas sim que tenhamos uma visão especial da importância que tem o agro”, destaca Orso.

Na oportunidade, o presidente da FPA, Pedro Lupion, participou de discussões em torno de assuntos em voga na região, como a questão envolvendo as áreas invadidas em Guaíra e Terra Roxa e a ação em trâmite no Supremo Tribunal Federal sobre a aquisição das propriedades como forma de compensar os povos originários atingidos pela criação do reservatório para construção da Itaipu. A crise na cadeia produtiva do leite também rendeu comentários do presidente da FPA.

Conforme Lupion, a região Oeste tem passado um momento difícil com relação às ocupações. “A Itaipu está se aproveitando desse momento, com uma especulação imobiliária descarada. Aos produtores com suas propriedades invadidas, restam duas opções: ou ficar com as áreas invadidas ou negociar suas propriedades”, revela. Segundo ele, a lei exige o pagamento da terra nua e benfeitorias a um preço justo e em concordância com o proprietário. “E lamentavelmente, não é isso que vem ocorrendo”.

O trabalho da FPA é justamente esse – conforme Lupion. “Fazer valer a Constituição que prevê o direito à propriedade e mais do que isso: as demarcações que não foram solicitadas até 1988, data da promulgação da Constituição, passem a ser alijadas desse direito”.

Crise do leite

Para Pedro Lupion, os produtores brasileiros de leite sofrem com a concorrência do Mercosul, resultando na queda do valor do produto para ao produtor. “De janeiro a setembro deste ano, 1,6 bilhão de litros de leite foram importados e entraram no Brasil”, calcula. “São números assustadores. A culpa é das indústrias que compram esse leite importado, mais barato que o nosso, para abastecer os laticínios, quebrando a cadeia produtiva”.

A FPA não tem medido esforços pelo reconhecimento do dumping [prática de vender serviços ou produtos abaixo do valor de mercado]. “A luta é por uma lei antidumping, para evitar essa importação”. De acordo com Lupion, pela primeira vez em duas décadas, a Camex (Câmara do Comércio Exterior), ligada ao Ministério da Indústria, Comércio e Serviços, não reconhece o dumping, ou seja, vem refazendo uma mudança de entendimento, para reconhecer o dumping e possa fazer esse enfrentamento. Por outro lado, há uma preocupação do governo federal, com relação ao Brasil, Argentina e Uruguai, nos termos do Acordo do Mercosul, que trata da linha branca, de importação e exportação de eletrodomésticos e veículos, que poderiam ser afetados caso seja aplicada a medida antidumping. “Mas isso é extremamente necessário para que o produtor não deixe a atividade e possa ter o mínimo de rentabilidade”.