AGRONEGÓCIO

Boletim agrometeorológico analisa chuvas de janeiro no cenário agrícola do Paraná

Descubra os resultados do boletim agrometeorológico de janeiro no Paraná. Início de ano com seca, porém com normalização das chuvas em várias regiões - Foto: José Fernando Ogura/AEN
Descubra os resultados do boletim agrometeorológico de janeiro no Paraná. Início de ano com seca, porém com normalização das chuvas em várias regiões - Foto: José Fernando Ogura/AEN

Paraná - O ano de 2025 iniciou com seca em todo o Paraná. No entanto, na segunda quinzena de janeiro as chuvas se normalizaram na maioria das regiões, mas ainda houve locais com pouca precipitação como parte do Noroeste e Oeste do Estado. Esses são alguns dos resultados do boletim agrometeorológico de janeiro, feito por técnicos do IDR-Paraná.

Por outro lado, o Litoral, Região Metropolitana de Curitiba e região Central registraram os maiores acumulados. Com base nas estações meteorológicas do Simepar, o município com maior índice pluviométrico em janeiro foi Guaratuba, com registro de 338,8 mm, seguido de Guaraqueçaba com 316,4 mm, ambos localizados no Litoral paranaense. O menor índice registrado em janeiro foi em Altônia, no Oeste do Estado, com apenas 25,2 mm.

De maneira geral, as anomalias de precipitação ficaram próximas da média histórica ou abaixo dela em todas as regiões do Paraná. A exceção foi Curitiba, onde a chuva superou significativamente a média, registrando uma anomalia de +121,6 mm. O Litoral foi a região com o maior déficit de precipitação, com uma diferença de -105,1 mm em relação à média histórica, seguido pelo Oeste, que registrou -78,1 mm abaixo da normal climatológica. A média estadual de precipitação foi de 169 mm, ficando 42 mm abaixo da média histórica de 211 mm.

Arte: AEN
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CALOR 

Em relação às temperaturas máximas, o calor foi intenso, com a maioria dos municípios registrando valores médios mensais acima de 30°C. A maior temperatura máxima média foi observada em Capanema, no Sudoeste, com 35,5°C, enquanto a menor foi em Palmas/Horizonte, no Sul, com 24,1°C.

A maior parte do Estado apresentou temperaturas superiores à média histórica, com desvios de até 3,2°C, como ocorreu em Cascavel, no Oeste. Em média, a temperatura máxima de janeiro no Paraná foi de 29,6°C, 1,1°C acima da média climatológica, que é de 28,5°C.

As temperaturas mínimas também foram, de forma geral, maior que a média histórica. Em Palmas/Horizonte registrou a menor temperatura mínima média do Paraná com valor de 14,9°C. Em Loanda, no Noroeste, foi observada a maior temperatura mínima média, de 21,9°C. Em média, temperatura mínima no Paraná em janeiro foi 19,3°C, valor igual a normal climatológica.

Arte: AEN
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Confira os impactos na agricultura:

Em janeiro, o desenvolvimento das culturas agrícolas no Paraná foi de modo geral satisfatório favorecido pelas chuvas ocorridas na segunda quinzena.

MILHO 1ª SAFRA

As condições climáticas contribuíram para o bom desenvolvimento da cultura do milho durante o mês de janeiro. A grande maioria das lavouras foi classificada como boa (93%), com o restante apresentando desenvolvimento médio. Iniciou-se a colheita em janeiro e no final do mês já havia colhido 11% da safra, 60% encontravam-se na fase de maturação, 39% estavam na fase de enchimento dos grãos e 1% na fase de floração. Já a colheita de milho para silagem está bem avançada, com produtividade e qualidade superior a safra anterior.

MILHO 2ª SAFRA

Em janeiro iniciou a semeadura do milho 2ª safra e até o final do mês 28% tinha sido semeado. A grande maioria das lavouras foi classificada como boa (99%).

FEIJÃO 1ª SAFRA

Até o final de janeiro, 97% do feijão primeira safra já tinham sido colhidos. As produtividades foram altas na região Sul, onde se concentra 74% da safra. O destaque foi a região dos Campos Gerais com produtividade de 2.378 kg/ha, valor atingido devido ao investimento em tecnologia aliado à condição climática favorável. Atualmente, a produtividade média paranaense é de 2.020 kg/ha, a segunda melhor já verificada, atrás dos 2.075 kg/ha produzidos na safra 2019/2020.

FEIJÃO 2ª SAFRA 

Até o final de janeiro, 38% do feijão segunda safra já tinham sido semeado. A grande maioria das lavouras foi classificada como boa (95%), com o restante apresentando desenvolvimento médio.

SOJA 

Em janeiro iniciou a colheita da soja e 23% foi colhida até o final do mês, com produtividade abaixo do esperado. A seca e as altas temperaturas ocorridas na primeira quinzena de janeiro, que gerou alta evapotranspiração e aumento do déficit hídrico, prejudicaram muito as lavouras, especialmente as que estavam na fase final de frutificação. As regiões mais afetadas foram a Oeste, Noroeste e Centro-Oeste. Outro problema foi o excesso de chuvas na segunda quinzena, que dificultou a aplicação de defensivos contra pragas e doenças, bem como dificultou a colheita.

Assim, somente 76% das lavouras no campo estavam em boas condições de desenvolvimento, 20% medias e 4% ruins.

CANA-DE-AÇÚCAR

No final de janeiro a cana-de-açúcar estava em sua maior parte na fase de desenvolvimento vegetativo e as condições climáticas favoreceram seu crescimento.

MANDIOCA 

A colheita de mandioca foi iniciada paulatinamente, com produtividade dentro do esperado.

CAFÉ 

Em janeiro os cafezais apresentaram um bom enchimento dos grãos e sanidade, devido às condições climáticas favoráveis.

OLERICULTURA 

A colheita da olericultura em geral foi encerrada em janeiro, confirmando ótimas produtividades. Foram colhidos 83% e 64% da batata e tomate 1ª safra, respectivamente, também apresentando boas produtividades.

FRUTICULTURA

Em janeiro, continuaram as colheitas de uva de mesa e para suco, além da maçã, que também apresentou boa produtividade. Também prosseguiu a colheita de laranja, pera, manga e goiaba. As condições climáticas foram favoráveis, o que contribuiu para uma boa produtividade e uma oferta abundante de frutos.

PASTAGENS

As pastagens apresentaram aumento na produção de massa verde, o que proporcionou boas condições para o pastoreio.

MANANCIAIS HIDRICOS 

Os níveis dos rios, riachos e lagos estão dentro da normalidade.

Fonte: AEN