Cotidiano

Dilma rebate delator: ?Eu nunca tive amigo da qualidade do Cerveró?

2016_906925948-201605031806261397.jpg_20160503.jpgBRASÍLIA ? A presidente afastada Dilma Rousseff voltou a negar, na noite desta sexta-feira, que tinha conhecimento dos detalhes da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, pela Petrobras em 2006, quando era presidente do conselho da estatal., e dos pagamentos de propina. Dilma rebateu as declarações do ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró que, em depoimento à força-tarefa da Lava-Jato, afirmou que ela “sabia de tudo”. Cerveró disse também aos procuradores que foi ?sacaneado? e ?jogado do fogo? pela presidente e mostrou decepção.

? Ele prova (que tinha conhecimento)? Não. Sabe por que ele fala isso? Porque ele saiu da diretoria da Petrobras porque não deu todas as informações ao conselho. Eu nunca tive amigo da qualidade do senhor Nestor Cerveró ? afirmou Dilma em entrevista à jornalista Mariana Godoy, da Rede TV.

Dilma ? 11/6

? Em 2006 foi votada a compra da refinaria. Dois anos depois ele (Cerveró) tenta passar a compra do restante. Por que que não passa? A condição da primeira compra era que a Petrobras dividisse os riscos com uma empresa estrangeira. Na segunda vez, nós recusamos duas vezes. Então, ele me detesta. Quem é que diz que ele é meu amigo? Ele me conhecia porque eu era presidente do conselho.

Na entrevista, Dilma reafirmou que o processo de impeachment contra ela é um “golpe” e que há uma ?tentativa de quebrar? sua imagem. Ela citou as denúncias de que tenha pago despesas pessoais, como o cabeleireiro Celso Kamura, com dinheiro desviado da Petrobras.

? Está em curso um projeto de tentativa de quebrar minha imagem. A conversa sobre o meu cabeleireiro é um absurdo. Vazam delações que não ocorreram.

A presidente afirmou ainda que o governo provisório não recebeu votos, mas não citou o presidente interino Michel Temer. Ela disse que é “imprescindível” que seu mandato seja restabelecido e que apenas uma repactuação política pode tirar o país da crise.

? Eu confio que é preciso sempre melhorar as instituições. Elas não nascem prontas. São um produto da sociedade. E temos a responsabilidade de melhorá-las.