Cotidiano

Polícia indicia assassino de deputada britânica e investiga radicalismo

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LONDRES ? A polícia britânica indiciou nesta sexta-feira o assassino da parlamentar Jo Cox, morta em plena rua numa cidade perto de Leeds quando fazia campanha pela permanência do país na União Europeia. Duas hipóteses sao investigadas ? a saúde mental do suspeito e sua relação com o extremismo de direita . As autoridades também convocaram especialistas em contraterrorismo para apoiar o inquérito. Unidades especiais da polícia teriam encontrado na casa de Thomas Mair objetos nazistas e livros de extrema-direita, incluindo um manual sobre como fazer uma pistola caseira, informou o jornal “The Guardian”. Fontes dizem que Mair estava lúcido quando foi interrogado pela primeira vez. deputada

O superintendente policial Nick Wallen, de West Yorkshire, confirmou na noite de sexta-feira o indiciamento de Mair por assassinato, lesões corporais graves, posse de arma de fogo com intenção de cometer uma infração grave e posse de arma ofensiva.

O caso chocou o Reino Unido e levou à suspensão das campanhas do referendo que decidirá a permanência ou saída do país da União Europeia (UE), na próxima quinta-feira.

XENOFOBIA É INVESTIGADA

De acordo com o “Independent” e agências internacionais, a busca ganhou o apoio de agentes especializados em terrorismo se somaram ao inquérito policial. A procuradoria britânica afirmou que sua divisão de contraterrorismo está dando apoio à investigação, que poderia levar ao indiciamento de Mair por acusações graves.

Segundo a chefe temporária da polícia de West Yorkshire, Constable Dee Collins, o ataque aparentemente tinha a deputada como alvo determinado. O suposto agressor seria simpatizante do grupo neonazista e supremacista National Alliance, com sede nos Estados Unidos, indicou a organização de diretos civis americana Southern Poverty Law Center (SPLC).

A SPLC publicou cópias de recibos que mostram que alguém com o nome de Thomas Mair de West Yorkshire ? o condado onde o suposto agressor e Jo viviam ? havia adquirido publicações sobre explosivos e fabricação de munições da National Alliance.

Os recibos, alguns dos quais remontam à década de 1990, mostram que Mair gastou mais de US$ 620 em livros do grupo, que defende a criação de uma pátria branca e a erradicação do povo judeu. Os livros instruem os leitores sobre a ?química de explosivos?.

Também consta nos recibos a compra do livro Ich Kampfe, um manual ilustrado publicado para membros do partido nazista em 1942.

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Mair, de 52 anos, foi detido na quinta-feira por suspeita de matar Jo, que foi esfaqueada e baleada em uma biblioteca na cidade de Birstall. O irmão do suspeito, Scott Mair, disse a repórteres que o suposto agressor tinha um histórico de doença mental, mas não era violento. Ele é assinante de uma revista pró-apartheid da África do Sul.

Ex-trabalhadora humanitária, Jo defendia a causa dos refugiados sírios e fazia campanha para o Reino Unido continuar no bloco europeu.

As autoridades ainda investigam as motivações do ataque. Segundo algumas testemunhas, o agressor gritou “Reino Unido primeiro” (Britain First) ao atacar Jo.

A expressão Britain First é o nome de um partido nacionalista de extrema-direita, que defende políticas anti-imigração. Além disso, é o slogan dos que defendem a saída do Reino Unido da UE.

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