RIO – As investigações da Delegacia de Homicídios (DH) da capital descobriram, até o momento, que entre 10 e 15 pessoas, e não 25 como havia sido informado, participaram do resgate do traficante Nicolas Labre Pereira de Jesus, o ?Fat Family?, no Hospital municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio. Resgate – 20/06
Segundo o titular da DH, Fábio Cardoso, seis pessoas entraram na recepção da unidade fortemente armados, e cinco subiram até o sexto andar com uma funcionária. Ele disse que ainda não se sabe se os bandidos usaram um alicate ou uma serra para cortar a algema que o criminoso usava. Cardoso informou também que não se pode quantificar os veículos usados pelo bando. Sabe-se, até agora, que foram carros e motos.
Agentes da DH estão analisando imagens de câmeras de segurança do hospital e de ruas próximas. E tentam descobrir quem passou informações sobre o interior da unidade para os bandidos.
Segundo o delegado, a Divisão de Homicídios foi acionada às 5h30m de domingo e que os agentes fizeram uma ?ampla perícia no local?. Ele disse ainda que os tiros efetuados contra o carro do policial militar que chegava para socorrer um amigo, um segurança da SuperVia Ronaldo Marriel Souza, de 35 anos, foram disparados quando o bando se preparava para sair do hospital.
Os invasores serão indiciados, segundo Fábio Cardoso, nos crimes de homicídio qualificado (pela morte do segurança da SuperVia), duas tentativas de homicídios (dos dois feridos) e fuga de preso.
A INVASÃO AO HOSPITAL
A invasão aconteceu por volta das 3h de domingo. Os bandidos invadiram a unidade para resgatar Nicolas Labre Pereira de Jesus, o ?Fat Family?, que estava internado. O grupo arremessou granadas em direção aos policiais e trocou tiros com a equipe.
Ronaldo Luiz Marriel de Souza, filho de um oficial da Marinha, estava no hospital para receber atendimento, foi baleado e morreu. Ele estava acompanhado por um amigo PM, que disparou contra os bandidos e foi atingido. Um enfermeiro também foi baleado. O grupo conseguiu fugir com o comparsa que é irmão do traficante Marco Antonio Pereira Firmino da Silva, o My Thor, que está em um presídio federal.
A Polícia Civil trabalha com a hipótese de que pessoas que visitaram o criminoso durante a semana tenham fornecido informações sobre o hospital para o bando. O delegado Rivaldo Barbosa, chefe da Divisão de Homicídios, afirmou que a escolta do traficante, composta por dois policiais, era suficiente.
O traficante Fat Family, que foi preso há uma semana, estava internado devido a um ferimento no rosto causado durante um confronto com a polícia. A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária informou que ele estava em liberdade desde 28 de abril de 2016, por força de absolvição, concedida judicialmente. Ele havia sido preso em agosto 2011.
A cúpula da segurança pública do Rio sabia deste a última quinta-feira à noite dos planos dos traficantes de invadirem o Hospital Souza Aguiar para resgatarem o traficante. Na quinta-feira, escutas que eram realizadas pela Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), da Polícia Civil, interceptaram uma comunicação dos bandidos detalhando o plano. O caso foi comunicado imediatamente, num documento confidencial, à Polícia Militar e à Secretaria de Segurança.
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