Cotidiano

Tropas iraquianas avançam com dificuldade em Faluja

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FALUJA ? As forças iraquianas apoiadas pelos EUA avançam com dificuldade em Faluja ante a resistência de centenas de extremistas do grupo Estado Islâmico (EI). O grupo extremista também está na defensiva na Síria, onde as forças curdas mantém duas frentes de combate aos jihadistas. Nesta quarta-feira, a Organização das Nações Unidas (ONU) alertou que ao menos 20 mil crianças estão bloqueadas na cidade e sob a ameaça de serem recrutadas.

No décimo dia de uma difícil e longa ofensiva, soldados e policiais iraquianos ? auxiliados por milicianos xiitas e membros de tribos ? tentam avançar para o centro de Faluja. Na segunda-feira, eles conseguiram entrar no reduto jihadista a 50 quilômetros de Bagdá.

? Nossas forças tentam entrar no centro da cidade, mas há uma forte resistência do EI ? indicou o general Abdelwahab al-Saadi, comandante da operação militar, relatando combates nas ruas.

A ofensiva é apoiada pela coalizão internacional dirigida pelos EUA e preparada em coordenação com conselheiros militares americanos. O Pentágono disse que a batalha será dura e que os jihadistas tinham a intenção de lutar.

Submetida a um cerco quase hermético em Faluja, os jihadistas estão condenados a lutar, uma vez que não tem a opção de fugir. A situação é diferente de batalhas anteriores, quando os jihadistas conseguiram sair das cidades frente à progressão das forças armadas. No entanto, os extremistas vêm fortalecendo suas defesas.

? A cada vez que nossas forças tentam avançar, se deparam com sistemas de defesa implementados pelo Daesh ? indicou um coronel da polícia usando o acrônimo em árabe do EI.

Os comandantes iraquianos afirmam ter matado dezenas de membros do grupo extremista nos últimos dias, mas permanecem discretos sobre suas baixas.

? Desde o início da ofensiva, recebemos 70 caixões de mártires ? relatou um membro das forças de segurança do Vale da Paz, em Najaf, o maior cemitério do mundo.

Autoridades confirmaram a morte de 26 milicianos pró-governo originários da região e um responsável confirmou 12 mortos originários de Najaf. Outros 100 combatentes foram hospitalizados desde segunda-feira.

Não há informações sobre vítimas civis, mas cerca de 50 mil pessoas estão bloqueadas no centro de Faluja. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) calcula que há pelo menos 20 mil crianças retidas na cidade.

A ONU acusa o Estado Islâmico de utilizar os civis como escudos humanos na batalha contra as tropas iraquianas apoiadas pela coalizão internacional liderada pelos EUA.

As forças curdas também abriram uma nova frente de combate contra os extremistas na província vizinha de Aleppo, visando recuperar o controle da cidade de Manbij, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).