BRASÍLIA ? O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, concedeu habeas-corpus nesta sexta-feira ao prefeito afastado e candidato à reeleição em Montes Claros (MG), Ruy Muniz (PSB), suspendendo decisão de prisão preventiva contra ele, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Desde o final do primeiro turno, Muniz está foragido e, agora, pode retornar e voltar a fazer campanha eleitoral. Muniz responde a processo e é acusado de desvio de verba pública e de liderar suposta organização criminosa. Na sua decisão, Marco Aurélio levou em conta o fato de o réu estar disputando o segundo turno e argumenta que, mantê-lo solto não coloca em risco a ordem pública ou econômica do município.
Muniz estava foragido às vésperas do primeiro turno. Só apareceu porque a legislação proíbe prisões, dias antes do pleito, exceto em flagrante delito. O candidato ainda concorreu sub judice. O TRE mineiro suspendeu seu registro de candidato porque seu vice renunciou também na véspera do pleito, e não haveria tempo legal para substituí-lo. Mas o tribunal permitiu que fizesse campanha. E, mesmo nessa situação, Muniz terminou em segundo e obteve votação para disputar o segundo turno.
Ele recebeu 25,9% dos votos válidos. Sem Muniz no páreo, e sem contabilizar seus votos, o ex-deputado federal Humberto Souto (PPS) estaria eleito no primeiro turno, com 54,89%. Se contar a votação de Muniz, Souto cai para 45% dos válidos. Muniz é casado com a deputada federal Raquel Muniz (PSD), que elogiou a gestão do marido no voto que deu pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.