VBP 2025

Paraná projeta R$ 157,4 bi, 10% acima de 2024

Soja - colheita. Fotos:Jaelson Lucas / Arquivo AEN
Soja - colheita. Fotos:Jaelson Lucas / Arquivo AEN

Paraná - Cascavel – O MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) acaba de divulgar números relacionados ao VBP (Valor Bruto de Produção) de agosto de 2025, que chegou a R$ 1,4 trilhão, registrando alta de 11,3% em comparação ao ano anterior.

De acordo com informações apuradas pela equipe de reportagem do Jornal O Paraná, com Larissa Nahirny Alves, responsável pela pesquisa sobre o VBP no Deral (Departamento de Economia Rural), ligado à Seab (Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento), há duas estimativas para o VBP do Paraná. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento atualiza mensalmente a estimativa do VBP de 24 culturas para todas as unidades federativas, obtendo assim o valor nacional.

O Deral, por sua vez, estima anualmente o VBP dos municípios paranaenses e considera aproximadamente 350 culturas. Essa divulgação ocorre sempre no segundo semestre do ano subsequente. Assim, os dados disponíveis de agosto de 2025 são os estimados pelo MAPA. Conforme a atualização de agosto de 2025 do MAPA, o VBP paranaense de 2025 deve ser de R$ 157,4 bilhões, valor 10% superior ao de 2024, já considerando os valores deflacionados (R$ 142,6 bilhões).

“Como há diferenças metodológicas e no total de culturas pesquisadas, o VBP estimado pelo Deral fica sempre em patamares superiores”, explica. Em 2024, o VBP do Paraná totalizou R$ 188,4 bilhões, um recuo nominal de 5% em relação a 2023, fortemente influenciado pelas condições climáticas adversas.

Conforme Larissa Alves, as principais cadeias na formação do VBP do Paraná são as da soja, do milho, da avicultura, do leite, da suinocultura, da bovinocultura de corte e da produção de madeiras para diversas finalidades. Essas cadeias estão distribuídas por todo o território paranaense. No entanto, algumas cidades se destacam pelo expressivo VBP gerado: Toledo, Cascavel, Castro, Santa Helena, Guarapuava, Carambeí, Marechal Cândido Rondon e Dois Vizinhos registraram entre R$ 4,7 bilhões e R$ 2 bilhões de VBP em 2024.

Mercado e VBP

Mercado e natureza

Na avaliação do Deral, diversos fatores podem impactar o resultado do VBP, sejam eles eventos naturais ou de mercado. “As adversidades climáticas, como geadas, estiagens, excesso de chuvas ou outras intempéries, podem afetar a produtividade das atividades agropecuárias”, comenta. Sob o ponto de vista de mercado, as flutuações nos preços, variações cambiais, custos de produção, demanda interna e externa, entre outras circunstâncias, também podem interferir na comercialização dos produtos e, consequentemente, no VBP.

O VBP é um dos indicadores que compõem o ICMS (Índice de Participação dos Municípios) na distribuição do ICMS. Do total arrecadado, 25% do ICMS é direcionado aos municípios e, desse montante, 8% segue o critério de participação no VBP. No ano passado, 33 municípios do Paraná tiveram VBP superior a R$ 1 bilhão.

Sobre o desempenho do VBP paranaense nos últimos anos, o Deral explica que houve um recuo em 2024, principalmente em razão das condições climáticas adversas. “Muitas culturas de relevância tiveram perdas de produtividade, mesmo com os resultados favoráveis da produção pecuária. Para 2025, é esperada uma recuperação, já sinalizada no levantamento realizado pelo MAPA. A produção de soja, principal cultura, é 14% superior à obtida em 2024, o que deve assegurar um resultado positivo para o ano”, conclui Larissa. De 2021 a 2024, os VBPs do Paraná foram: em 2021, R$ 180,6 bilhões; em 2022, R$ 191,7 bilhões; em 2023, R$ 198,02 bilhões; e em 2024, R$ 188,3 bilhões.

Relevância do Paraná

Nunes destaca relevância do PR

Em entrevista ao O Paraná, o secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, Marcio Nunes, ressaltou a relevância da produção agroalimentar para a economia paranaense e destacou a importância de iniciativas que aproximam o setor produtivo da inovação, pilares que ajudaram a promover o desenvolvimento do Estado nos últimos sete anos. “O Paraná é o estado que mais cresceu, mais se desenvolveu, mais gerou emprego com carteira assinada no Brasil e o estado que mais trouxe investimentos da iniciativa privada, com empresários que vieram para o Paraná e que representam mais de R$ 400 bilhões em investimentos que vieram para cá, e isso é que fez a grande diferença”, afirmou Nunes.

VBP Nacional

VBP de R$ 1,4 trilhão

O VBP (Valor Bruto da Produção Agropecuária) atingiu R$ 1,406 trilhão em agosto de 2025, alta de 11,3% em relação ao ano anterior. O crescimento foi impulsionado por soja, cana-de-açúcar, milho e café, que lideram os valores de produção e concentram grande parte do faturamento (53,8%), segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária.

Mato Grosso se destaca como principal estado produtor, com R$ 221,3 bilhões (15,7%). Na sequência aparecem Minas Gerais (12%), com destaque para café, soja e leite; São Paulo (11,3%), sustentado por cana, café e laranja; e Paraná (11,2%), com predominância de milho, soja e frango.

Entre as lavouras, o avanço foi de 10,8%, para R$ 928,07 bilhões, puxado por amendoim, soja, milho, café, mamona e algodão. Já entre as maiores variações negativas, destacam-se batata-inglesa, laranja, feijão e arroz.

A atividade pecuária cresceu 12,3% e alcançou R$ 478,08 bilhões. Os melhores resultados foram bovinos (20,5%), frango (4,7%), leite (5,2%), suínos (9,6%) e ovos (14,1%).

O VBP é calculado mensalmente pela Secretaria de Política Agrícola do MAPA, considerando a produção e os preços de mercado no mês vigente. Portanto, representa o faturamento bruto na propriedade rural.

Destaque na Produção de Mel

Paraná detém 14,6% da produção de mel e se torna líder do setor no Brasil

Curitib a – O Paraná é o maior produtor de mel do País. De acordo com o último levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2024, o estado produziu 9,8 mil toneladas de mel, 16% a mais que em 2023. A informação faz parte do Boletim Semanal do Deral (Departamento de Economia Rural) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento. A publicação ainda mostra detalhes das exportações de soja e de bovinos, bem como o avanço da colheita de trigo, e mapeia as produções suínos para reprodução, gramados e plantas perenes ornamentais.

O Paraná detém 14,6% da produção nacional de mel. Em seguida estão o Piauí (12,6%), Rio Grande do Sul (12%), Minas Gerais (10,9), São Paulo (10%) e Ceará (9%). A região Nordeste continua se destacando como a maior produtora nacional, com um total de 26.527 toneladas.

Dois municípios paranaenses se destacam no pódio da produção nacional de mel. Arapoti é o segundo maior produtor nacional, com 1.125.130 quilos, e Ortigueira está em quinto lugar, com 805.000 quilos, os dois municípios estão localizados nos Campos Gerais.

Segundo o IBGE, a produção nacional de mel de 2024 ficou em 67.304 toneladas e é o mais alto valor já registrado na série histórica da pesquisa, desde 2016. O setor vem alcançado recordes a cada ano. O veterinário Roberto Carlos Andrade e Silva, do Deral, lembra que a produção vem se mantendo, apesar das adversidades climáticas, ameaça dos agrotóxicos, desmatamentos e poluição ambiental.