Agronegócio

Arroba do boi perto de atingir R$ 300 no Oeste

Gado de corte em Porto Amazonas. Foto: Gilson Abreu/AEN
Gado de corte em Porto Amazonas. Foto: Gilson Abreu/AEN

Cascavel – Atualmente, a arroba do boi na região Oeste é negociada em torno de R$ 275, mas especialistas projetam que esse valor pode ultrapassar os R$ 300 até dezembro. Em entrevista concedida à equipe de reportagem do Jornal O Paraná, o agropecuarista Lindonez Rizzotto, presidente da Padrão Beef, afirma que a alta será rápida, especialmente considerando que, no início do ano, a arroba estava entre R$ 220 e R$ 225.

Frigoríficos já estão pagando até R$ 280, reflexo da escassez de animais prontos para o abate. Essa ascensão de preços não é apenas uma questão pontual, mas parte de um ciclo mais amplo que afeta toda a cadeia produtiva.

A situação atual é preocupante para os frigoríficos, que enfrentam escalas curtas e, como consequência, têm aumentado os preços da arroba. Muitos criadores, antecipando a venda dos animais de terminação, percebem que a oferta está muito abaixo da demanda. Rizzotto observa que, após um primeiro semestre forte, os confinamentos agora priorizam a reposição, o que acentua a falta de animais disponíveis no mercado. Isso significa que os produtores devem estar atentos ao timing das vendas, já que a oferta reduzida pode ser uma oportunidade, mas também um desafio.

Embora alguns produtores considerem esperar por melhores preços até o fim do ano, Rizzotto ressalta que o custo diário de alimentação é elevado. “Aguardar pode não compensar”, alerta ele, enfatizando que, neste cenário, cada dia conta. No ano passado, a arroba também alcançou R$ 300 nessa mesma época do ano, indicando um padrão que pode se repetir.

O que esperar para 2025

Para 2025, as previsões indicam uma estabilização nos preços a partir do primeiro trimestre. A expectativa é que a oferta de reposição aumente, visto que muitos animais prenhes foram abatidos nos últimos dois anos, limitando a oferta futura. A redução do número de animais disponíveis para abate pode levar a um mercado mais volátil, onde os preços podem flutuar consideravelmente.

Além disso, a dinâmica do mercado pode ser impactada por fatores como a demanda externa, políticas ambientais e condições climáticas. Por exemplo, a crescente preocupação com a sustentabilidade está levando a uma maior exigência de práticas de produção responsáveis, o que pode influenciar tanto a oferta quanto a demanda. Assim, a gestão das propriedades deve considerar não apenas a produção, mas também a responsabilidade social e ambiental.

Os produtores rurais devem, portanto, adotar uma abordagem proativa, analisando tendências de mercado e ajustando suas estratégias de venda e produção. Manter-se informado sobre as flutuações de preços e as condições de mercado permitirá que eles tomem decisões mais embasadas. Essa compreensão poderá não apenas ajudá-los a maximizar lucros, mas também a se adaptar a um mercado em constante evolução, onde o conhecimento é a chave para o sucesso.

Por fim, é essencial que os criadores e gestores do setor agropecuário se unam em busca de soluções para os desafios que se apresentam. A colaboração entre diferentes elos da cadeia produtiva pode facilitar a troca de informações e experiências, promovendo um ambiente mais sustentável e lucrativo para todos. Assim, por conta das nuances do mercado, os produtores estarão melhor equipados para enfrentar as incertezas e alcançar resultados positivos em um cenário desafiador.