FISCALIZAÇÃO

Motos barulhentas são multadas mesmo sem o uso do decibelímetro

A poluição sonora emitida por este tipo de situação é uma das principais reclamações da população e atinge todas as regiões

fiscalização motos barulhentas
A poluição sonora emitida por este tipo de situação é uma das principais reclamações da população e atinge todas as regiões

As motocicletas que são conhecidas pelo seu famoso “randandan”, ou seja, que têm a descarga livre e que emitem um barulho que incomoda – e muito – os moradores, estão sendo alvo de operações de trânsito. Elas também estão na mira da Transitar, que por meio de informações de denúncias da comunidade está mapeando e identificando essas motos para elas sejam autuadas, infração de cinco pontos na CNH (Carteira Nacional de Trânsito) e R$ 195,00.

De acordo com a presidente da Transitar, Simoni Soares, é importante reforçar que houve uma mudança na legislação de trânsito e que não é mais necessária a abordagem para que seja emitida a multa. “Tendo a irregularidade não é mais necessário o equipamento decibelímetro, que é aquele que analisa a intensidade do som emitido, sem ele, pode ser aplicada a multa de trânsito apenas com a identificação do escapamento adulterado”, detalhou Simoni.

No último fim de semana uma grande operação realizada pela Transitar, GPOM (Grupo de Patrulhamento Ostensivo com Motos) da Guarda Municipal e o Gotran (Grupo de Operações de Trânsito) da Polícia Militar realizaram uma operação integrada com foco na segurança do trânsito e na redução da emissão de ruídos pelos escapamentos adulterados. A poluição sonora emitida por este tipo de situação é uma das principais reclamações da população e atinge todas as regiões de Cascavel.

Conforme Simoni, os pontos de bloqueio foram definidos com base nas reclamações da população, enviadas para a Transitar através do canal da ouvidoria do Trânsito, e realizadas nos bairros Santa Cruz, Cascavel Velho, Itália e Guarujá, das 19h às 22h, o que resultou em 14 autuações por escapamento adulterado e nove por som alto em carros.

A presidente explicou que dados apurados nas abordagens pela equipe de educação para o trânsito demonstram algumas características do perfil dos condutores que conduziam veículos com o equipamento adulterado para emissão de ruídos: 100% eram do sexo masculino; mais de 80% têm menos de 30 anos; 36% não são habilitados e metade são casados e têm filhos.

Sem CNH

Um dado alarmante permanece sendo o número de condutores não regularmente habilitados. Ao todo, foram 116 abordagens, destas, 42 condutores estavam em condição irregular para dirigir: 36 não possuíam CNH, dois estavam com a CNH suspensa ou cassada, um dirigia veículo de categoria diferente da habilitação ou com a CNH vencida há mais de 30 dias. Foram removidas 20 motos e seis carros para o pátio da Transitar.

Ao todo, foram 284 infrações emitidas nos dois dias de operação, que ainda identificou quatro condutores embriagados, 52 notificações pela falta do cinto de segurança e oito crianças transportadas sem a utilização da cadeirinha. “Além disso, flagramos condutores em manobras perigosas, empinando motocicleta, avançando sinal vermelho, dirigindo e falando ao celular, conduzindo motocicletas sem placas ou com placas artesanais, entre outras infrações que trazem risco à segurança viária e são bastante preocupantes”, disse Simoni.

Novas operações

Para a presidente da autarquia de trânsito a intenção da Transitar e dos demais órgãos de trânsito é de intensificar as operações, programando novas ações em pontos específicos, coibindo tanto o uso dessas motos, quanto também as atitudes de direção perigosa. “Temos pai de família e muitos trabalhadores que promovem este tipo de situação e isso é bastante preocupante, por isso, temos que continuar trabalhando em ações para mudar este comportamento”, relatou.

Ela disse ainda que outras situações que acabam sendo identificadas durante as operações colocam ainda mais em alerta os órgãos de trânsito, já que casos em que a placa foi retirada da moto ou colocada outra artesanal chamam a atenção até de quem está atuando nas ações. “Tivemos casos de motociclistas de chinelo e até sem capacete e temos que trabalhar nesses pontos, reforçando a importância das condições de segurança, o que protege a vida de quem está pilotando”, exemplificou.

Para denúncias, envie mensagem no WhatsApp da ouvidoria do Trânsito da Transitar: 45 99135-5207