O Rally da Safra, principal expedição técnica privada sobre a safra de grãos no Brasil, chegou nesta semana ao Paraná. Os técnicos avaliam lavouras de soja precoce no oeste e norte do Estado, passando pelas regiões de Maringá, Campo Mourão, Cascavel, Toledo e Guaíra, entre outros. Na sequência, a equipe segue ao Mato Grosso do Sul, finalizando essa etapa em Campo Grande, no dia 26.
A expedição técnica, organizada pela Agroconsult, estima percorrer mais de 100 mil quilômetros neste ano. A área avaliada pelos técnicos corresponde a 95% da produção de soja e 72% de milho no País.
A previsão pré-Rally da safra brasileira é de 117,6 milhões de toneladas de soja, conforme a Agroconsult, a ser confirmada pelos técnicos em campo.
No Paraná, a situação das lavouras piorou na segunda quinzena de dezembro e no início de janeiro, especialmente no oeste, no norte e no sudoeste do Estado. Essas regiões passaram por um período de seca de 20 a 30 dias entre o fim de novembro até pouco antes do Natal. Voltou a chover na última semana de dezembro, mas o volume não foi suficiente para recuperar parte das perdas. A distribuição das chuvas foi irregular e alguns bolsões permanecem ainda bastante secos.
As lavouras mais prejudicadas foram as precoces, que ocupam boa parte da área no oeste do Paraná. “A colheita das primeiras áreas mostra resultados bem abaixo do esperado, na faixa de 20 a 25 sacas por hectare em alguns casos. Os relatos de campo indicam que, em algumas áreas, o ciclo de desenvolvimento encurtou em até 20 dias devido ao estresse hídrico”, observa Fábio Meneghin, coordenador da Equipe 2.
Equipes em campo
Nesta 16ª edição do Rally são 12 equipes em campo, das quais nove avaliarão as lavouras de soja até o mês de março. Outras três irão a campo em maio e junho para verificar as áreas de milho segunda safra. O levantamento ocorre nos 14 principais estados produtores: Mato Grosso, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Maranhão, Piauí, Tocantins, Rondônia e Pará.
Além das avaliações em campo, a expedição faz dez eventos regionais e encontros com produtores para debater as condições da safra brasileira. A expedição estima percorrer mais de 95 mil quilômetros neste ano.
Os trabalhos em campo começaram com a Equipe 1 no dia 14 de janeiro em Sinop (MT). Os técnicos percorreram o médio norte e oeste do estado do Mato Grosso até 19 de janeiro, coletando informações da soja de ciclo precoce.
A partir do dia 28 a Equipe 3 estará em Goiás para fazer o levantamento no sudoeste do Estado. A mesma equipe retornará ao Mato Grosso nos dias 31 de janeiro, 1º e 2 de fevereiro para analisar as lavouras na região sudeste daquele estado. Os técnicos da Equipe 4 permanecerão no Mato Grosso de 4 a 8 de fevereiro, retornando às regiões médio norte (Nova Mutum, Lucas do Rio Verde e Sorriso) e oeste (Campo Novo do Parecis, Sapezal), chegando até Rondônia para avaliar as lavouras de ciclo médio/tardio.
O trabalho segue assim nas demais regiões produtoras do Brasil até o mês de março. Assim que a expedição for encerrada, será divulgado um boletim dos levantamentos da safra.