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Ucraniano faz ?truque de ouro?, e vice na prova de Isaquias fica de cara amarrada

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Durante a cerimônia de premiação da categoria C1 200m da canoagem de velocidade, nesta quinta-feira, o amarelo era a cor predominante na primeira fila das arquibancadas, bem de frente para o pódio. Mas acompanhada pela cor azul, e não pelo verde da bandeira brasileira, que subiu ao pódio no terceiro degrau, com o bronze de Isaquias Queiroz. A combinação vencedora foi do ucraniano Iurii Cheban, que largou bem, manteve o ritmo e ainda se esticou todo no fim para tornar-se, agora, bicampeão olímpico.

Os ucranianos tomaram o lugar que, dias antes, havia sido ocupado pela família de Isaquias quando comemoravam a medalha de prata do baiano na C1 1000m. Depois de cantarem o hino da Ucrânia a plenos pulmões, jogaram uma bandeira do país para Cheban, que a exibiu com entusiasmo.

Embora defendesse o ouro conquistado em Londres-2012, os últimos resultados de Cheban, campeão mundial em 2014, não o colocavam como favorito. O melhor desempenho recente do ucraniano na C1 200m era uma discreta 9ª colocação no Mundial de 2015. Ele fez tanto esforço para ser o primeiro no Rio que chegou a capotar com o barco logo após cruzar a chegada.

? Todos os atletas querem colocar o “nariz” do barco mais à frente para aumentar a chance de ser o primeiro. O peso do meu corpo foi tanto para trás que eu acabei capotando. Foi um truque de ouro ? definiu o ucraniano, de 30 anos, que definiu a final desta quinta-feira como “muito, muito mais difícil” do que a conquista em Londres.

ERRO INFANTIL E PRATA

Difícil mesmo ? na verdade, praticamente impossível ? era arrancar um sorriso de Valentin Demyanenko, do Azerbaijão, medalhista de prata na prova. Campeão mundial em 2013, Demyanenko era um dos mais experientes na final desta quinta-feira. Mas o canoísta de 32 anos cometeu um erro infantil: brigando lado a lado com Cheban, parou de remar alguns metros antes da hora certa e fez sua “jogadinha” com o barco cedo demais. O ucraniano, por outro lado, deu uma remada a mais que o rival e só depois atirou a canoa à frente. Foi a sutil diferença entre ouro e prata.

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? Bem, estou saudável, então está tudo bem. Foi uma corrida intensa, toda a minha energia ficou ali ? afirmou Demyanenko, justificando a falta de animação após a prova.

Mais tarde, na entrevista coletiva, o canoísta do Azerbaijão seguia de cara amarrada. E reagiu de forma seca quando perguntado sobre o porquê de tamanha infelicidade com a medalha de prata, que ele tirou do pescoço logo ao descer do pódio.

? Todo atleta obviamente tem apenas um objetivo em mente, que é ganhar. Isso não aconteceu ? limitou-se a declarar, levantando-se com pressa e deixando a coletiva logo em seguida.