BRASÍLIA. Em mais uma tentativa de anular o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, seu advogado de defesa, José Eduardo Cardozo, acusou a testemunha de acusação, Antonio Carlos Costa D’Ávila Carvalho, ex-auditor federal do Tribunal de Contas da União (TCU), de irregularidades ao auxiliar o Ministério Público na elaboração do parecer sobre as pedaladas no TCU.
Cardozo diz que a representação para o Ministério Público foi feita pelo auditor, que deveria julgar se ela tinha sentido. Para o advogado de Dilma, pode ter havido violação do código de ética e até mesmo crime no fato de D´Ávila ter supostamente se aliado ao MP no processo. Ele disse que pedirá a ata da sessão desta quinta-feira para analisar as falas do auditor e tomar providências.
? Ele auxiliou na elaboração do parecer contrário a Dilma Rousseff e, depois julgou a auditoria. Foi esta fraude que colocou o Brasil em xeque. Ele assessorou uma das partes, seja examinando a representação, seja para ver se estava tudo em ordem. Criou-se esta tese das pedaladas e agora está claro como foi montada ? acusou Cardozo.
O auditor contestou:
? Sou referência no tema, e se você é consultado, tem que dar seu parecer. Não ajudei a elaborar representação nenhuma. Tenho livros na área, as pessoas me procuram como fonte de informação.
Uma das autoras do pedido de impeachment, a advogada Janaína Paschoal também refutou a tese:
? Isso é parte de um teatro grande. Eles estão com esta loucura de querer fazer crer que houve uma grande armação, como se todas as pessoas estivessem mancomunadas.
Janaína disse ainda que pedirá na sessão desta sexta-feira para que algumas das testemunhas de defesa sejam colocadas sob suspeita:
? Não concordo com esse critério tão rígido adotado pelo presidente sobre suspeição. Mas, como ele aplicou isto no caso do doutor Júlio Marcelo, amanhã vou solicitar que o mesmo critério seja adotado com relação a todas as testemunhas.