SÃO PAULO. A Embraer apresentou na quarta-feira, dia 14, sua proposta para o programa de lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho), que vinha negociando com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos desde o mês passado. A empresa concordou em reduzir o número de trabalhadores que serão colocados no programa, dos 2.000 proposto inicialmente para 1.080.
Entre agosto e outubro, a Embraer já havia lançado um programa de demissões voluntárias em todas as sua quatro unidades fabris no país, que teve a adesão de 1.640 trabalhadores, dos quais mais de 700 eram da unidade de São José dos Campos.
“O objetivo das medidas propostas é a preservação dos postos de trabalho, a fim de ajustar o ritmo do trabalho à queda da demanda global por produtos e serviços, que afeta toda a indústria aeroespacial”, afirmou a Embraer em comunicado.
A proposta contempla a suspensão temporária dos contratos de trabalho por um período de dois a cinco meses de 1.080 empregados da unidade da empresa em São José dos Campos, distribuídos em diferentes turnos, ao longo de dois anos. Nesse período, os funcionários afastados participarão de cursos ou programas de qualificação profissional.
Além da bolsa de qualificação profissional, todos os empregados incluídos no lay-off receberão da empresa, durante o período de afastamento, “uma ajuda compensatória mensal para que sua renda durante o período seja equivalente ao salário líquido”.
O Sindicato dos Metalúrgicos informa, porém, que ainda submeterá a proposta aos trabalhadores. “Para que o lay-off entre em vigor, é necessária a aprovação em assembleia, já marcada para a próxima terça-feira, 20.
De acordo com o sindicato, ainda, a proposta prevê que “todos os trabalhadores com contrato suspenso terão estabilidade garantida durante o período do lay-off mais três meses após o retorno à fábrica”. E apenas os trabalhadores das áreas de montagem da aviação comercial e executiva serão atingidos.
“A Embraer acredita que o lay-off é uma alternativa para diminuir temporariamente os custos, contribuindo para que a empresa ultrapasse o período de baixa demanda e ociosidade passageira, para continuar a produzir normalmente em um cenário mais favorável. Ao mesmo tempo, o lay-off permite ao empregado preservar o vínculo empregatício, retornando às condições normais de trabalho ao final do período”, destacou a empresa em comunicado.